O soldado ferido
Primeiras Lembranças
YOLO - Só se vive uma vez
Alguém aqui gosta de mistérios intrigantes no melhor estilo Sherlock Holmes, protagonistas carismáticos, romance, drama, perigo, momentos fofos e engraçados? Então provavelmente essa história vai te interessar!
Sinopse: Dr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar permanente para viver além de amizades incondicionais e Molly está se divertindo com o comportamento nada convencional de seu amigo, estranhamente obcecado em estudá-la. Entretanto, apesar das aparências, o dia a dia de quem convive com um detetive consultor, o único do mundo, passa longe de ser trivial. O passado sempre retorna à superfície para quem já trilhou caminhos perigosos os quatro amigos já estiveram face a face com o perigo. Se estiver à procura de mistério, drama e algumas pitadas de romance, acabou de encontrar. De caça ao tesouro a um encontro de casais numa casa noturna com direito àquela primeira vez inesquecível, essa história traz o melhor e o mais intenso que se pode viver na companhia de Sherlock Holmes e John Watson.
A historia de Beija-flor e Albatroz
A primeira coisa que deixou de existir foram seus nomes...
Aquele homem grande todo encolhido sobre a cama fez o coração da mulher bater fora do ritmo normal. Ela também se sentia desorientada por ter acordado sem saber quem era e onde estava, mas tentava manter a calma.
Uma enfermeira havia explicado com muita paciência que esse era exatamente o resultado esperado depois de um mês de tratamento. Eles esqueceriam sua identidade, mas não coisas como andar, falar e o básico aprendido na escola, pois isso seria inconveniente para o objetivo final.
Incomodada por ninguém aparecer para confortar o homem, ela decidiu fazer isso. Sentiu frio quando seus pés descalços tocaram o chão, mas não recuou da decisão. Andando devagar e levando consigo o que parecia ser soro preso em uma haste conectado ao seu braço, ela atravessou o quarto.
Sua voz
Agora, que tal um romance com direito a primeiro beijo e um pouco de drama?
Conteúdo sensível: relato de agressão - sem descrição, apenas a menção ao fato.
Foram muitas mensagens trocadas via SMS, tecnologia que se popularizava em celulares no início dos anos 2000 e a preferida de Zephy. As conversas começaram tímidas e curtas, mas logo foram se estendendo à medida que crescia a intimidade entre ela e John.
Descobriram muitos gostos parecidos e deram boas risadas madrugada adentro, o único horário que o rapaz tinha disponível por conta dos estudos. A jovem não se importava, nunca teve o costume de dormir muito cedo. No entanto, o momento de conversarem pessoalmente pela segunda vez estava cada vez mais próximo e ambos conseguiam sentir.
“Estou com saudade de ouvir sua voz” digitou John.
Zephy começou a escrever sua resposta, mas apagou várias vezes. Não queria ferir os sentimentos dele, mas ela realmente não gostava de ouvir uma pessoa sem ver seu rosto, e por isso evitava telefonemas. O jovem percebeu pela demora o que estava acontecendo e enviou mais uma mensagem.
“Pode ser pessoalmente”.
“Quando?”
A proposta não demorou nem 10 segundos para aparecer na tela do celular de John e um sorriso iluminou o rosto dele enquanto digitava os dias e horários que tinha disponíveis.
Zephy também estudava, mas sem pensar muito sobre o que faria no futuro, pois o dinheiro da família garantia a ela a possibilidade de escolher ao que se dedicar. Literatura era sua paixão, mas ela não fazia distinção de gênero quando mergulhava nos livros. Era uma acumuladora de informações. Os três irmãos eram. Já John tinha o sonho de ser médico e com o trabalho além de ajudar os outros, fazer o mesmo por ele, garantindo a tão sonhada liberdade.
A mulher sem memória
— Está esperando alguém? — sua curiosidade havia atingido o limite.
— Nossa próxima cliente — William afastou a cortina mais uma vez e olhou para a calçada. — Só não entendo por que ela está demorando tanto para subir.
— Está hesitando? — John levantou e caminhou na direção da janela.
— Não, — respondeu o detetive confuso. — Ela está sentada na frente do gradil perto da porta.
John tomou o lugar do amigo para olhar a possível cliente.
— ELA ESTÁ COBERTA DE SANGUE! — gritou o homem irritado.
— Eu notei isso — William não parecia abalado. — Mas daqui não consegui definir se é dela ou não.
Quando o detetive terminou de falar olhou para onde John estava, mas ele já havia saído da sala e descia as escadas.
Manter o foco
Eu pensei muito se deveria ou não publicar essa cena e acabei decidindo publicar. No entanto, dessa vez, preciso fazer o contrário do que geralmente faço e pedir para que algumas pessoas não leiam. Não é uma cena com a descrição de nenhum evento traumático, mas há dois personagens conversando superficialmente sobre assuntos muitos delicados: automutilação e suicídio.
Para quem resolver ler a cena, volto a reafirmar que não há descrição do que aconteceu. O evento está no passado da personagem que tenta levar a vida e, se possível, se livrar de um hábito prejudicial do qual não se orgulha.
Lembrem-se sempre: o CVV, Centro de Valorização da Vida, presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24 horas e sem custo de ligação), pessoalmente (nos mais de 120 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por chat e e-mail.