Viagem molecular

Sempre amei aquela ansiedade antes de viajar, por mais que gere um nervosismo e um fio na barriga com medo de algo sair errado, o resumo geralmente são lembranças positivas.

Entretanto, não é só preparar tudo, arrumar as malas e partir. Meu copo precisa se organizar, como se cada célula necessitasse de um tempo para se deslocar de onde eu estava para me encontrar em meu destino.

O processo é extremamente cansativo, lento e eu não consigo evitar ficar extremamente instável e com o humor imprevisível e sei o quanto isso é ruim.

Eu também não gosto.

A magia que nos une

Todas as crianças do reino podem ter seus futuros cônjuges escolhidos pelos pais, mas há uma condição para que o jovem casal permaneça junto, mesmo que esse mostre afeição um pelo outro. Todos precisam passar pelo teste de serem enviados a um universo paralelo, sem magia, onde precisam se encontrar e se apaixonar um pelo outro. O primeiro beijo de amor do casal é o que os traz de volta para casa e concede a permissão para o casamento, apagando imediatamente qualquer indício da presença dos dois nesse local ao qual não pertencem.

Quando quatro amigos tiveram filhos, não hesitaram em sugerir que os bebês Abelis e Atrone um dia formassem um casal. A certeza era tanta de que as crianças passariam no teste que foram batizados de forma que seus nomes combinassem nos convites de casamento. Quando o jovem casal de amigos atingiu a maioridade, realmente já estavam enamorados, mas tiveram que se submeter às regras do reino como todos os outros.