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O soldado ferido

Coincidências, eu nunca acreditei nelas. Mas não tenho como explicar as coisas que aconteceram na minha vida senão a mais pura coincidência. Bom, eu poderia também acreditar que há uma força invisível no universo puxando todas as cordas, mas nesse caso, acho mais fácil acreditar em coincidências.

Tudo começou quando eu voltei da guerra. Aposentado por invalidez por conta de um ferimento na perna direita, desamparado pelos meus pais, não que eu tivesse coragem de recorrer a eles depois de tudo o que me fizeram, e sem condições de me manter na cidade. Não queria me afastar de Londres, mas minha situação financeira me obrigaria a fazer isso em breve, a menos que eu conseguisse encontrar alguém com quem dividir um apartamento. E foi exatamente uma sucessão de coincidência que me fez encontrá-lo novamente.

— Espero que não se incomode com o violino e com o fato de eu ficar em silêncio por dias enquanto estou trabalhando. Experimentos científicos também podem acontecer na cozinha de vez em quando… — William começou a falar pouco depois que eu entrei no laboratório onde me disseram que eu poderia encontrá-lo dentro do Hospital St. Michael.

— Você não lembra mesmo de mim? — perguntei surpreso. Ele estava mais alto, mais pálido e magro, provavelmente exagerando um pouco com as drogas… Talvez Zephy não estivesse na cidade para cuidar dele ou quem sabe não estaria casada e morando em outro país.

Primeiras Lembranças

Audrey Zephyrus ainda estava abalada com as recentes descobertas e aceitava o carinho de John, o primeiro namorado de quem não se lembrava na tentativa de assimilar tudo o que acontecia. Ela estava deitada sobre o peito dele, abrigada em um abraço. Depois de um teste de DNA provar que Alexander Boreas, William Notus e Wendy Eurus eram seus irmãos, mesmo que ela não tivesse lembranças deles.

Alexander, o mais velho, a informou sobre seu sequestro, no meio do segundo trimestre de 2009, permanecendo desaparecida até aquele momento. Além disso, a mais nova deles, Wendy, havia cometido um crime e estava presa, tragédia que contribuiu para o trauma de William, com quem agora dividia o sobrado em Londres, o fazendo esquecer a existência das duas por um bom tempo.

Os irmãos se olhavam constantemente em silêncio estranhando o fato de não reconhecerem um ao outro, e a esperança que algo de repente faria com que ambos se lembrassem de alguma coisa, parecia cada vez mais ficção científica. Alexander já planejava agendar o check-up da irmã que incluiria uma consulta psiquiátrica para começar a investigar a causa da falta de memória, suspeitando de transtorno de estresse pós-traumático, o mesmo diagnóstico de William, e assim tentar possíveis tratamentos. Nenhum deles estava disposto a simplesmente aceitar o fato, se apresentar e recomeçar a vida daquele ponto deixando o passado em branco. Aquele pensamento deu a Audrey uma ideia.

Profecia na garrafa

Zephyrus já estava ficando cansada com tantas fichas de cadastro que o namorado, John, preenchia. Ele queria a todo custo encontrar uma maneira de custear o curso de medicina na Kings College London sem depender dos pais. A jovem chegou a oferecer ajuda financeira e até comentou que ele poderia devolver o dinheiro quando estivesse formado e empregado como médico se quisesse, mas John estava atrás de sua total independência. Um empréstimo não era o que tinha em mente, mesmo sabendo que as posses da família da namorada eram suficientes para pagar todas as taxas obrigatórias e os extras que desejasse.

— Você tá chateada? — perguntou ele sem tirar os olhos do papel que preenchia.

— Por que estaria? — Ela olhava para as folhas sobre a mesa completamente entediada.

— Por eu não aceitar sua oferta. — John finalmente a encarou.

— Eu te entendo, e não, não fiquei chateada, só triste porque se você começar a trabalhar na Harrods. — Ela pegou uma das fichas e leu o nome do estabelecimento. — A gente vai passar menos tempo juntos.

Sua voz

Esse conto já era para ter sido publicado, mas eu não tinha escrito. Então..., preciso localizar vocês onde ele se encaixa na linha do tempo do casal. Essa história se passa depois de ‘Primeiro Encontro’ e antes de ‘Tradições Natalinas’. Ambos estão aqui no blog e caso vocês não tenham lido, são dois contos bem curtinhos. De qualquer forma, como as histórias, apesar de serem sobre os mesmo personagens são independentes, não pretendo manter uma sequencia aqui enquanto publico.

Agora, que tal um romance com direito a primeiro beijo e um pouco de drama?

Conteúdo sensível: relato de agressão - sem descrição, apenas a menção ao fato.

Foram muitas mensagens trocadas via SMS, tecnologia que se popularizava em celulares no início dos anos 2000 e a preferida de Zephy. As conversas começaram tímidas e curtas, mas logo foram se estendendo à medida que crescia a intimidade entre ela e John.

Descobriram muitos gostos em comum e deram boas risadas madrugada adentro; o único horário que o rapaz tinha disponível por conta dos estudos. A jovem não se importava, nunca teve o costume de dormir muito cedo. No entanto, o momento de conversarem pessoalmente pela segunda vez estava cada vez mais próximo e ambos conseguiam sentir.

Estou com saudade de ouvir sua voz” digitou John.

Tradições Natalinas

As batidas na porta da frente surpreenderam os 3 irmãos que assistiam a um filme na TV da sala. Como de costume, Zephyrus, ou Zephy como prefere ser chamada, se adiantou para atender, já sabendo que William e Wendy não fariam isso. A jovem não se importava, pois geralmente era entrega de encomenda para um deles ou uma visita para ela. Ao abrir a porta ela descobriu se tratar da segunda opção.

— John! — Ela abriu um sorriso ao ver o namorado parado na soleira da porta. — Não estava esperando sua visita. Pelo que entendi você ia passar o Natal em casa…

— Eu tentei, eu juro que tentei — o desânimo estava evidente no rosto dele.

— O que aconteceu? Ele bateu em você de novo? — perguntou ela preocupada conhecendo tratamento desumano que o jovem adulto recebia em casa.

— Não, — um pequeno sorriso apareceu no rosto de John. — Durante o Natal ele é um exemplo de inspiração para todos — ironizou. — Aguentei o máximo que consegui, mas não vou fazer o papel de filho problemático de pais esforçados.

— Se você vai ficar com a gente, não é melhor entrar logo? — gritou William do sofá que dividia com Wendy. — Está caindo neve dentro de casa.

John e Zephy olharam para baixo e perceberam os delicados flocos embranquecendo o chão e seus pés. Os dele calçados enquanto os dela, cobertos apenas por meias coloridas com estampa natalina.

A mulher sem memória

Dando continuidade as cenas que venho postando aqui no blog, essa de hoje é um pouco tensa, mas está mais para hurt/comfort e como é bem leve, não vejo motivo para restrições ou necessidade de aviso de gatilho. Fiquem à vontade para ler, divirtam-se e não deixem de comentar!

Mesmo com o início de tarde monótono, William não demonstrava o menor sinal de estar entediado. Muito pelo contrário, ele estava animado e já era a terceira vez que o detetive particular olhava pela janela. Acomodado em sua poltrona seu amigo, John, acompanhava a movimentação dele.

— Está esperando alguém? — sua curiosidade havia atingido o limite.

— Nossa próxima cliente — William afastou a cortina mais uma vez e olhou para a calçada. — Só não entendo por que ela está demorando tanto para subir.

— Está hesitando? — John levantou e caminhou na direção da janela.

— Não, — respondeu o detetive confuso. — Ela está sentada na frente do gradil perto da porta.

John tomou o lugar do amigo para olhar a possível cliente.

— ELA ESTÁ COBERTA DE SANGUE! — gritou o homem irritado.

Primeiro Encontro

Na minha postagem mais recente declarei a vontade de “desenvolver a habilidade para escrever histórias curtas, sem continuação...” então, falhou... *risos*. E antes que eu comece a criar vários enredos para tumultuar minha gaveta com trabalhos que não vou desenvolver, mas se quiser pode, resolvi mudar a estratégia.

Vou criar cenas independentes, usando para isso meus próprios personagens em situações que provavelmente não apareceriam nas histórias principais. Seja por não acrescentar nada na trama, por eu ter viajado demais durante o projeto, por ter passado tempo demais pensando “e se”... enfim. Meus objetivos são desenvolver minha escrita e me divertir, e acho que dessa vez vai funcionar.

Dito isso, vamos à cena e resolvi estrear com uma que eu nunca escrevi, uma desonra para mim, desonra para quem escreve fanfic, uma desonra para sua vaca... Um primeiro encontro básico na Starbucks, porque, quem nunca? Os personagens que vou usar aqui foram inspirados por uma fanfic e algumas horas pensando “e se...”. Bom, esse é o resultado. Espero que gostem e não deixem de comentar!

A conversa dos irmãos fluía animada até que uma das gêmeas percebeu um rapaz loiro dentro da cafeteria olhando fixamente para o trio. Em vez de ficar incomodada, ela se sentiu impelida a ir falar com ele.

— Ele está olhando pra gente — alegou a jovem sentada à esquerda da irmã gêmea fraterna do lado oposto da mesa onde estava o irmão, um ano mais velho, das duas. — Vou provar.

Zephyrus fingiu que bocejava e o rapaz, a três mesas de distância, não conseguiu se controlar e imitou o gesto.

— Eu falei — ela tomou um gole do cappuccino. — Vou chamar ele para sentar com a gente.

— O quê? Não! — Reclamou Wendy.

Diferente da irmã, ela não gostava de interagir com pessoas desconhecidas.