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YOLO - Só se vive uma vez

Alguém aqui gosta de mistérios intrigantes no melhor estilo Sherlock Holmes, protagonistas carismáticos, romance, drama, perigo, momentos fofos e engraçados? Então provavelmente essa história vai te interessar!

Sinopse: Dr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar permanente para viver além de amizades incondicionais e Molly está se divertindo com o comportamento nada convencional de seu amigo, estranhamente obcecado em estudá-la. Entretanto, apesar das aparências, o dia a dia de quem convive com um detetive consultor, o único do mundo, passa longe de ser trivial. O passado sempre retorna à superfície para quem já trilhou caminhos perigosos os quatro amigos já estiveram face a face com o perigo. Se estiver à procura de mistério, drama e algumas pitadas de romance, acabou de encontrar. De caça ao tesouro a um encontro de casais numa casa noturna com direito àquela primeira vez inesquecível, essa história traz o melhor e o mais intenso que se pode viver na companhia de Sherlock Holmes e John Watson.

Autocontrole

A busca levou 1 ano e a todos os envolvidos estavam radiantes porem ter conseguido. O serial killer que tirou o sono dos investigadores finalmente estava em poder deles e, contrariando as estatísticas, era uma mulher. Seus traços teriam encantado pelo menos a metade dos oficias de segurança pública, não fosse a crueldade de seus atos e a firmeza em seu olhar.

Mais de cinquenta homens uniformizados enfileirados no corredor a encaravam, todos de arma em punho e expressão séria no rosto. No entanto, a jovem mulher não demonstrava o menor sinal de estar incomodada ou sequer com medo daquilo.

— Você está muito tranquila para quem provavelmente vai encarar o corredor da morte daqui a alguns meses — comentou o oficial.

— Sabe qual a característica mais conveniente para um serial killer? — perguntou ela.

— Frieza, falta de amor ao próximo...

— Autocontrole.

O oficial olhou para mulher com algemas nos pulsos e nos tornozelos com uma fina corrente unindo os membros e limitando seus movimentos e, por mais estranho que pudesse parecer, sentiu medo. Uma sensação desconfortável que aumentou quando ela sorriu.

O Último Suspiro 2

O fim de tarde com o por do sol jogando seu brilho alaranjado nos abraçava, mas o sentimento que compartilhávamos não era tão dourado quando aquele cenário. Estávamos juntos há quase um ano. Entendíamos um ao outro como ninguém mais. Porém, nem toda aquela cumplicidade nos deixava livres de tomar uma decisão difícil de vez em quando. Uma em que nós dois sairíamos indubitavelmente feridos.
 
Nossos olhares se encontraram timidamente. Ambos sem saber por que tínhamos que chegar àquele ponto. Depois de tantos meses, tantas conversas sussurradas ao ouvido, precisávamos tomar uma decisão antes que a escuridão dominasse o parque já quase sem frequentadores. 
 
Apenas os poucos pássaros, à procura de uma árvore onde dormir, seriam as testemunhas. Isso era bom, mas não tirava o peso da escolha difícil. Era muito amor envolvido. Eu duvidava da possibilidade de encontrar nova companhia equivalente ao que estávamos vivendo. E tenho certeza que era recíproco. Considerávamo-nos almas gêmeas.

Havíamos trazido de tudo para o encontro planejado, menos um item que tornaria mais fácil aquela questão. Uma faca. Sem o objeto precisaríamos usar as próprias mãos e o desfecho não seria benéfico para nenhum de nós. Talvez apenas para os pequenos animais ocultos pela grama.

Artificial

Hoje se comemora o Dia Internacional da Mulher, mas ao invés de escrever um poema ou uma mensagem bonitinha, optei por um pequeno conto. Não sei se o classifico como terror, suspense ou algo semelhante. Tudo o que sei é que para algumas pessoas mais sensíveis talvez essa história inspire pesadelos, já para outras talvez pareça tragicômica. O gênero desse conto vai ter que ficar por conta de você, leitor. Eu apenas a escrevi. Espero que agrade à todes

Observação: Durante a história, eu menciono uma música tema de um filme. Ela se chama "Theme from A Summer Place". Quem não a conhece pode ouvir por esse vídeo no Youtube (clique aqui para ouvir) e se preferir até deixá-la tocando enquanto lê a história, pois a ouvi enquanto escrevia.

Sem mais demora, vamos à história!


Artificial

Marcos acorda e se apressa para tomar banho. Precisa sair logo, pois tem uma missão a cumprir no dia. Ele deve comprar presentes para sua mãe e irmã pelo Dia Internacional da Mulher. O rapaz tem dinheiro para dois bons presentes, mas não está muito a fim de comprá-los porque a máquina de lavar roupas da casa já está velha e ele sabe que pelo menos metade do dinheiro para a compra do utensílio acabará saindo de seu bolso. Mesmo tendo um bom salário, não gosta de gastar seu dinheiro com os outros.

O rapaz sai do banho e veste uma calça de brim marrom com um cinto, e uma de suas camisas xadrez. A escolhida do dia é de fundo branco com listras azul-marinho e vermelhas se cruzando. Nos pés um tênis branco. Na cozinha encontra o café preparado por sua irmã antes de sair para o trabalho. Ele come e bebe com gosto e parte em sua missão sem se preocupar em limpar o que sujou.

Na porta do apartamento encontra um folder com propagandas jogado perto do batente da porta. Ele pega o papel, mas não há valores, apenas fotos de utensílios domésticos de design e cores que nunca tinha visto. Alguns inclusive com estampas florais geométricas. Mesmo sem saber os preços, resolve ir à loja, afinal, um eletrodoméstico tão moderno e diferente certamente serve como presente.

O endereço escrito no papel não fica muito longe dali e Marcos resolve ir a pé. Mesmo sem nunca ter ouvido falar de tal loja, não tem dificuldade em encontrá-la. Por fora parece uma loja de antiguidades, mas uma grande faixa sobre a vitrine indica que ali é realmente o local que ele procura. Quando entra, um sininho anuncia sua chegada.

Bom dia cumprimenta um vendedor sorridente que vem até ele.

O homem baixo e careca veste o uniforme da loja que consiste em sapatos e calça sociais na cor preta, uma camisa azul claro e no pescoço uma gravata borboleta vermelha.

Marcos teve vontade de rir da vestimenta dele, mas se conteve. Bom dia. — respondeu. Quero ver esses eletrodomésticos que vocês têm aqui. — Ele mostrou o folder que tinha recebido ao vendedor.

  Oh, mas é claro! Nossos produtos são únicos! Fique à vontade para andar pela loja. Só espero que não se incomode por eu não te acompanhar, estou terminado de organizar a tabela de preços e farei um bom desconto para você!

Sem problema, não se preocupe.

Os preços estão afixados nos produtos, mas lembre-se que ainda vai diminuir um pouco!

O rapaz concorda com um aceno de cabeça e o vendedor volta a seus afazeres o deixando à vontade para andar pelos corredores. O lugar é grande e bem iluminado e tem uma música tocando nos alto-falantes.  Marcos reconhece a melodia. É Theme from A Summer Place.

Ao final de um dos corredores da loja o rapaz encontra uma pequena casa de madeira. De aparência rústica com uma jardineira embaixo da única janela existente ao lado da porta. Há uma placa em sua fachada com os dizeres: “Nunca o trabalho de casa foi tão fácil. Será difícil você não o fazer”. Tanto a porta quanto a janela estão fechadas, mas não trancadas. O rapaz imagina que o funcionário da loja apenas ainda não teve tempo de abri-las e resolve abrir ele mesmo.

(...)
Marcos não se lembra de como foi parar ali. Cercado por máquinas de lavar roupas e louças. O que o apavora mais é a impossibilidade de mexer seu corpo. Cabeça, tronco e membros estão todos paralisados. Na verdade, não consegue nem mesmo senti-los. Até mesmo seus olhos parecem limitados e não há mais pálpebras para que possa piscá-los. Há um funcionário da loja mexendo em um eletrodoméstico bem à frente dele. Marcos tenta gritar por socorro, mas sua voz não sai. Somente nesse momento ele toma consciência que também já não sente seus lábios.

Quando o funcionário se afasta, o rapaz consegue ver a máquina lava-louças à sua frente. É um modelo tão bonito e de aparência moderna quanto os outros do anúncio. Uma grande etiqueta amarela e vermelha exibe o preço do aparelho. Tem a cor vermelha e é estampada com pequenas margaridas amarelas. Nesse momento ele se vê no reflexo da porta de vidro do eletrodoméstico. O terror o deixa em choque. Marcos já não é mais o mesmo. Também há uma etiqueta de preço colada nele. Uma ótima oferta para uma máquina de lavar roupas, moderna, com uma porta redonda de vidro na frente, cor branca e estampa xadrez com listras azul-marinho e vermelhas.

A música “Theme from A Summer Place” ainda toca nos alto-falantes da loja.


Coitado do Marcos... quem mandou ser tão curioso... ¯\_(")_/¯
Gostaram? Esperavam esse final? E então, terror, suspense, fantasia, outro gênero que não citei?