Agora, vamos ao que interessa!
1 - Tempestade de ideias
O famoso “brainstorming”. Coloco no papel tudo o que vai acontecer na história sem me preocupar com quase nada além da trama. Aqui têm palavras repetidas, frases mal construídas, erros ortográficos e ideias que precisam de pesquisa. Quando tenho tudo anotado, crio um arquivo com a ordem em que essas coisas irão acontecer. Entretanto, não fico presa a esse começo, posso mudá-lo se julgar necessário. Apenas preciso de uma base por onde caminhar.
2 - Várias cenas em sequência contam uma história
Escrevo cenas soltas e organizo por abreviações com as iniciais do enredo de cada uma. Por exemplo: a cena “o caso da chave misteriosa”, que é a investigação sobre uma chave que uma personagem recebe de herança da avó, recebe a abreviação “ccm”. Essas letrinhas vão parar no cronograma que fiz colocando as ideias em ordem de forma que eu não me perca nas cenas que eu criei e acabe trabalhando em umas e esquecendo as outras.
3 - Faço comparações
Sim, eu sempre comparo meu trabalho. Com o meu trabalho. Comparar minha escrita com a de outras pessoas pode me deixar arrogante, por imaginar que sou muito boa, ou me desmotivar, por achar que sou muito ruim. Dificilmente enxergo a possibilidade de um meio termo... 😕(preciso melhorar isso). Para mim, histórias escritas por outras pessoas servem para me entreter e me ensinar, não para ditar como deve ser a minha escrita.
4 - Quebrando minhas regras
Trabalhar com histórias muito longas ainda é um desafio para mim. Meu primeiro livro com quase 150mil palavras aconteceu no ápice da pandemia em um momento em que, quem pudesse ficar em casa deveria fazê-lo a fim de preservar a própria saúde e a dos demais. Dessa maneira, passar horas escrevendo foi a saída que eu encontrei para não perder o resto de saúde mental. A melhora da situação, com a chegada das vacinas, me trouxe de volta outras atividades, e percebi o quanto é difícil trabalhar com uma história que parece nunca ter fim. Para isso precisei quebrar uma regra minha sobre não reler o que escrevi até terminar simplesmente porque não foram poucas as vezes que eu esqueci o que havia escrito. Ainda acho válido escrever o primeiro rascunho todo de uma vez, deixar descansar e então ler. Mas para livros longos, tenho feito várias leituras enquanto escrevo.
5 - Salve-se com cópias
Não acredito que me esqueci de falar sobre isso na parte 1, mas um hábito que me garante paz de espírito é ter várias cópias do que eu estou escrevendo. E quando digo várias, não estou brincando. Não é uma no computador e outra no pendrive ou na nuvem. É no computador, nos pendrives (no momento são 3), num micro SD que eu sempre levo comigo, em DVDs de backup (aqui são arquivos mais desatualizados, mas tá valendo) e ainda tenho um pendrive guardado num lugar seguro fora da minha casa. Não, não é em um cofre no banco, mas até que a ideia é boa. E mesmo assim ainda tenho medo de perder alguma coisa e tenho muito material escrito em papel. Um pouco paranoica? Talvez, mas prefiro ser prudente como recomenda a Bíblia do que me lamentar por ter perdido meus textos. E só mais um detalhe, se você usa o Word™ para digitar, no passado os arquivos costumavam corromper do nada, não sei se as versões mais atuais fazem isso, mas por via das dúvidas eu sempre tenho uma cópia em .pdf do meu trabalho.
6 - Cada pesquisa, um print
Escrever envolve muita pesquisa, não importa o assunto. Por mais que você domine, não custa ler um pouquinho ou mesmo se atualizar. Geralmente essa parte do trabalho demanda algumas horas e não tem nada pior na pesquisa do que encontrar um artigo maravilhoso sobre o que você procura e simplesmente apagar o histórico antes de copiar o resultado. Para não acontecer isso, pois já perdi um bom tempo tentando reencontrar algum site específico, sempre tiro um print da tela quando acho o que eu quero. Dispensa a anotação, se limpar o histórico não tem problema e ainda posso fazer anotações na imagem destacando onde e como vou usar o resultado na história.
7 - Falar vs. Narrar
Na outra postagem falei sobre a minha amizade com o português, mas aqui está uma situação onde as regras gramaticais e de ortografia ficam em segundo plano para mim. Gosto de deixar os diálogos o mais naturais possível, então, por exemplo, quando é uma criança falando ou se o personagem se comunica de maneira mais coloquial, não tem motivo para usar a forma culta que um estudante avançado usaria. Nessa parte eu cometo erros mesmo, propositais. Já na parte narrativa refaço nossos laços de amizade! 😎
8 - Suspensão da descrença
Às vezes quero colocar nas histórias coisas que não fariam sentido no dia a dia, mas que faz total sentindo no enredo. Para essas ideias serem aceitas por quem lê, contamos com a suspensão da descrença, que é quando são aceitas como verdadeiras as premissas de um trabalho de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas, impossíveis ou contraditórias. Mas existe um limite para o que as pessoas aceitem elementos extraordinários na história, portanto, quando vou longe demais gosto de explicar bem como aquilo faz parte daquela realidade. Até hoje ninguém se incomodou com meus fantasmas, bruxas, lobisomens, … então acho que estou fazendo direito.
9 - Usando meu corpo
Montando essa lista me lembrei de uma coisa que eu sempre faço, mas nunca compartilhei. Quando vou escrever a posição de um dos membros dos personagens, eu tento imitar o mesmo arranjo para ver se é anatomicamente possível (a menos que o personagem tenha alguma habilidade ou limitação que eu não tenha). Isso me ajuda muito a não confundir esquerda/direita quando vou escrever o contato entre mãos, braços e pernas e a lembrar quando o personagem tem algum ferimento em um membro específico e eu preciso escrever suas ações.
10 - Todo rascunho é perfeito
Finalizando essa lista não é bem um hábito, mas uma dica que eu acredito valer para todos nós. Não dá para editar uma página em branco, então, todo primeiro rascunho é perfeito porque sua função é existir. Não é hora de se preocupar se alguém vai ler, se a gramática e ortografia estão de acordo com a norma ou se ficou alguma ponta solta. Tudo isso deve ser verificado na revisão. O rascunho é apenas você contanto uma história para você. E acredite, tem muito erro que fica engraçado quando a gente lê!
Dessa vez foi um Top 10 com 10 itens. Estou feliz com meu autocontrole! 🙌 Por isso preciso encerrar por aqui antes que eu me lembre de mais alguma coisa para colocar na lista. Se isso acontecer depois que eu publicar, fica para a parte 3!Espero que vocês tenham gostado e consigam tirar proveito de algumas das coisas que eu listei aqui!
Oi, Helaina. Tudo bem? Muito valiosas suas dicas, viu. Fiquei impressionado com sua prudência e cuidado com os seus textos. O item 3 da sua lista achei interessante, mas nunca me imaginei comparando minha escrita com o do outro(a). Se o fizesse provavelmente minha autoestima iria por água abaixo. Um abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi Luciano, tudo bem sim e você? Que bom que você gostou! Nossa, eu tenho muito medo de digitar um texto enorme e perder ele porque não salvei várias cópias. Já aconteceu comigo, mas faz tanto tempo que nem me lembro mais. Acho que a gente cai muito no "por que o outro está sendo lido e eu não?", aí começam as comparações. Eu evito isso.
ExcluirAbraço!
Olá Helaina, gostei muito dessa lista e as dicas que mais gostei foram a 3 e a 5, e quero tentar a número 6. Já aconteceu de eu salvar um link para reler e a página sair do ar. =*
ResponderExcluirhttps://www.namoradanerd.com.br
Oi Val, fico feliz que você tenha gostado! Nossa, é horrível isso. Por isso gosto de salvar o print da página, hoje em dia é tão fácil fazer isso e dá pra ler a info em qualquer lugar mesmo sem internet.
ExcluirAmei. Eu tenho tantos rascunhos aqui que se eu fosse escrever ou remodelar os textos eu teria uns 5 anos de escrita para o blog.
ResponderExcluirAchei uma boa ideia rever e reler e aos poucos ver o que vou usar daqui há algum tempo nesse cantinho virtual.
Beijos.
http://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Oi Vanessa, eu também estou cheia de textos engavetados. Alguns valem à pena a edição, outros eu vou deixar pra lá mesmo e escrever coisa nova.
ExcluirBeijos;
Ameeei esse post e amei saber como é o seu 'jeito' de escrever.
ResponderExcluirAchei bem interessante isso de não se comprar com outras pessoas, mas sim com você mesma.
Muitoo legal! :)
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Oi Valéria, fico feliz que tenha gostado. Pra mim essa é a melhor parte de escrever, cada um tem um jeito e estão todos certos. Quando o assunto é publicar, aí muda um pouco a história. Mas para escrever sem compromisso o melhor é ser livre.
ExcluirAcho que a melhor forma de melhorar, em qualquer aspecto, é se comparar com você mesma, entender que o que você fez no passado era o que dava pra fazer com o conhecimento que você tinha, e que isso sirva de base para você seguir em frente.