Primeiro Encontro

Na minha postagem mais recente declarei a vontade de “desenvolver a habilidade para escrever histórias curtas, sem continuação...” então, falhou... *risos*. E antes que eu comece a criar vários enredos para tumultuar minha gaveta com trabalhos que não vou desenvolver, mas se quiser pode, resolvi mudar a estratégia.

Vou criar cenas independentes, usando para isso meus próprios personagens em situações que provavelmente não apareceriam nas histórias principais. Seja por não acrescentar nada na trama, por eu ter viajado demais durante o projeto, por ter passado tempo demais pensando “e se”... enfim. Meus objetivos são desenvolver minha escrita e me divertir, e acho que dessa vez vai funcionar.

Como usarei personagens das minhas histórias autorais e das fanfics, algumas alterações serão feitas principalmente quanto aos nomes, tanto para evitar infringir direitos autorais de terceiros, quanto para evitar spoilers do que ainda não publiquei. Quando for o caso de alguma cena remeter a uma história autoral já finalizada, e não tiver spoiler, deixarei o link dela para quem quiser ler.

Dito isso, vamos à cena e resolvi estrear com uma que eu nunca escrevi, uma desonra para mim, desonra para quem escreve fanfic, uma desonra para sua vaca... Um primeiro encontro básico na Starbucks, porque, quem nunca? Os personagens que vou usar aqui vieram de uma fanfic e algumas horas pensando “e se...”. Bom, esse é o resultado. Espero que gostem e não deixem de comentar!

A conversa dos irmãos fluía animada até que uma das gêmeas percebeu um rapaz loiro dentro da cafeteria olhando fixamente para o trio. Em vez de ficar incomodada, ela se sentiu impelida a ir falar com ele.

— Ele está olhando pra gente — alegou a jovem sentada à esquerda da irmã gêmea fraterna do lado oposto da mesa onde estava o irmão, um ano mais velho, das duas. — Vou provar.

Zephyrus fingiu que bocejava e o rapaz a três mesas de distância não conseguiu se controlar e imitou o gesto.

— Eu falei — ela tomou um gole do cappuccino. — Vou chamar ele para sentar com a gente.

— O quê? Não! — Reclamou Wendy.

Diferente da irmã, ela não gostava de interagir com pessoas desconhecidas.

— Ele parece ser uma boa pessoa e está sozinho, e um pouco triste — Zephy era a mais sensível das duas. — E é bem bonitinho.

Zephy percebeu seu irmão, William, sorrindo sem tirar os olhos das anotações que fazia no caderno à sua frente. Ele era um meio termo entre as irmãs. Lidava tranquilamente com pessoas estranhas, mas não fazia muita questão.

A jovem deixou o copo branco com o símbolo da Starbucks sobre a mesa e se levantou. O movimento fez seu coque frouxo se soltar e o cabelo castanho dela se espalhou graciosamente sobre suas costas. Seus passos foram decididos e diretos até a mesa do intrigante jovem.

— Oi! — Cumprimentou ela com um sorriso no rosto.

— Oi, — o desconhecido tentou sorrir, mas falhou.

Ele estava triste e nem tentava esconder. Não era incômodo por falar com ela, a jovem mulher tinha analisado tudo o que podia enquanto caminhava. 

De longe viu as pernas dele balançando sem parar embaixo da mesa, a extremidade de uma das mangas da camisa xadrez abotoada no pulso estava úmida, provavelmente por exercer a função de lenço secando as lágrimas, as unhas de ambas das mãos estavam roídas, demonstrando um nível alto de estresse, e ele parecia saudável, porém magro demais. Estava sofrendo e já fazia algum tempo. 

Zephy se sentiu feliz com a análise e sabia que William ficaria orgulhoso dela.

— Você, quer vir sentar com a gente? — Ela apontou com a cabeça a mesa onde estavam os irmãos tentando ocultar Wendy, já imaginando que ela não deveria estar com uma expressão muito amigável no rosto.

— Não posso, estou esperando alguém — respondeu ele.

A resposta deixou Zephy um pouco frustrada e o jovem percebeu.

— Minha irmã, Harriet. Ela ficou de me encontrar aqui para conversar — explicou ele não querendo deixar a bela jovem triste.

Não era comum para ele ser tratado daquela forma e estava gostando. Normalmente as pessoas preferiam manter distância dele e de sua irmã esquisita.

— Ah, entendo — ela voltou a sorrir um pouco mais animada. — Aqueles são meus irmãos, William e Wendy, e ainda tem um mais velho, o Alexander, mas ele está sempre ocupado.

Dessa vez ela saiu da frente e deixou que o rapaz visse os dois.

— Bom, eu vou voltar para lá — Zephy estava com uma ideia na cabeça, mas sentia certa hesitação se deveria ou não fazer aquilo. Decidiu por fim pôr em prática e torcer para que acontecesse o melhor — olha só, eu normalmente não faço isso...

— Mas você vai fazer — finalmente um sorriso sincero iluminou o rosto do rapaz.

— Sim, — ela riu enquanto tirava um pequeno bloco de anotações e uma caneta do bolso interno da jaqueta que usava.

Depois de anotar o que queria, destacou a folha e entregou para ele.

— Zephyrus — leu o rapaz em voz alta.

— Mas pode me chamar de Zephy, quer dizer, se você quiser me chamar.

— John — disse ele tirando a carteira do bolso de trás da calça onde guardou o papel com o nome e o número do celular dela.

— Prazer, John — a jovem esticou a mão e o rapaz retribuiu o gesto.

Mais uma vez o lado lógico da jovem começou a trabalhar. Aperto de mão firme, mas está um pouco suado, será que havia deixado ele nervoso ou já estava assim antes?

Agora não, Zephy — pensou tentando manter o semblante sereno enquanto soltava a mão dele. — Só, uma coisa — ela sorriu. — Eu prefiro mensagem de texto, tá. Não gosto muito de falar ao telefone.

— E se eu quiser ouvir sua voz de novo? — Perguntou John.

— Vamos precisar fazer isso pessoalmente — respondeu ela corando um pouco.

— Parece bom o suficiente para mim — comentou ele.

Zephy sorriu mais uma vez antes de virar as costas e voltar para junto dos irmãos.

E então, ficou fofo? Fiz direitinho a cena na Starbucks? Acho que eu nunca tinha escrito na cafeteria, porque nunca entrei em uma. Mas tenho interesse! Quem sabe não.... deixa pra lá... hahahaha....

Fica então aqui minha homenagem para quem já escreveu um encontro casual em uma Starbucks, principalmente sem nunca ter pisado dentro de uma das lojas (eu).

Para conhecer meus outros trabalhos acesse: helainaideas/linktree

4 comentários:

  1. Eu ameeeei, Helaina!!! Ficou incrível! Achei a sua ideia sensacional e acho uma boa continuar seguindo. A cena do Starbucks tá bem bacana. Curti mto!

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    Respostas
    1. Oi Lu!!!
      Eu nunca tinha escrito essa cena clichê da Starbucks! Fiquei com vontade de escrever! Que bom que você gostou!
      Acho que eu simplesmente não consigo escrever só uma história quando "conheço" um personagem. Eu quero amizade, quero saber tudo... hahaha... por isso resolvi fazer assim, mas publicar só algumas cenas aleatórias.

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