É um desejo antigo
meu desenvolver a habilidade para escrever histórias curtas. Raramente algo
que eu escrevo termina em um só capítulo. Quando comecei com fanfics da série
Sherlock, minha primeira oneshot foi publicada com 2 capítulos! (Quem
quiser ler: O melhor pior dia de Molly Hooper). No entanto não desisti e consegui uma oneshot de verdade algum
tempo depois! (Leia aqui: Tudo sobre Mary). Inspirada por essa conquista e com a ajuda de um
site gerador de enredo aleatório (não quis correr o risco de tentar eu mesma
criar a história e acabar com uma série de livros... hahaha...), nasceu esse
pequeno conto de um momento da vida de dois personagens. Não estou planejando continuação.
Sei que a vontade de saber mais sobre o que aconteceu acaba aparecendo, mas por
enquanto a narrativa sobre Catarina e João começa e termina nessa postagem.
Chá para dois
Catarina olhou para o livro mágico em suas mãos e ficou
preocupada. Não poderia deixar ninguém ler suas páginas. Não que alguém fosse
capaz de acreditar nas informações contidas nele, mas era melhor não correr o
risco.
A bruxa caminhou até a janela admirando as gotículas de
chuva no vidro. Catarina gostava do ambiente rústico e aconchegante daquela rua
pavimentada em pedra, mas a loja de reparo de guarda-chuvas e eletrodomésticos em
frente à sua casa, quebrava parte do encanto.
Ela sorriu para o idoso parado à entrada quando este olhou
para ela. Um sujeito simpático e o único motivo pelo qual ela não odiava por
completo aquela fachada repleta de quinquilharias. Era um lugar que encorajava
sua tendência de se sentir nostálgica, mas ela prometeu que nunca mais poria os
pés na sua antiga vila e pretendia cumprir a promessa.
Então ela viu algo ao longe, ou melhor, alguém. João era um
lobisomem inteligente, de braços peludos e dedos finos, companheiro da bruxa
desde quando tentaram queimá-la viva. Igualmente menosprezando pelos outros
habitantes, João se tornara amigo de Catarina no momento em que a bruxa se
ofereceu para preparar uma poção do sono evitando que seu lado lobo o dominasse
na lua cheia.
O que motivava todo aquele ódio e unia os dois era a falta
de vontade de ambos para atacar seres humanos. Catarina e João não queriam
negar ou abandonar suas habilidades mágicas, mas tampouco queriam usar aquilo
para dominar os não mágicos. Tudo o que queriam era uma vida anônima e tranquila.