Destination Unknown (Parte 02)

Essa é a continuação do conto. Divirtam-se! E não se esqueçam de deixar comentários! A opinião de vocês é muito importante! Para quem não leu o começo: (Parte - 01).

Destination Unknown

(Parte 02 de 04)

— Quantas horas Ben? — Victoria perguntou envolta pelos braços do marido.

— Sete e meia, por quê?

— Fome — Victoria respondeu beijando o rosto de Benjamin.

Benjamin deu um sorriso irônico — também fico com fome depois de praticar exercício.

Victoria sorriu sem graça de volta para ele. Benjamin segurou as maçãs do rosto dela e beijou suavemente seus lábios.

— O que a gente faz com a colcha da cama? — Victoria perguntou olhando para o tecido molhado que eles haviam jogado no chão para se deitarem sobre os lençóis secos.

— Deve ter alguma camareira que leve ele pra secar. Até lá podemos deixa-la estendida na janela.

— É o jeito — Victoria concordou com um pequeno sorriso.

— Que horas você quer descer pra jantar? — Benjamin perguntou.

— Deve ter um horário fixo.

Benjamin se virou para a mesinha de cabeceira que havia ao lado da cama e abriu a primeira gaveta procurando por algum folheto com informações, mas não encontrou nada.

— Talvez naquela folha colada atrás da porta — Victoria apontou.

— Hum... Não enxergo nada daqui — Benjamin reclamou. — E olha que eu nem sou míope.

— Eu sou. Então enxergo menos ainda.

— Tá tão longe...

— Preguiçoso! — Victoria se enrolou no lençol e se levantou, mas Benjamin segurou uma das pontas do lençol e puxou, e eles começaram um cabo de guerra. — Para menino! — ela reclamou tentando ler o aviso atrás da porta. — O jantar é servido das oito até às dez horas — foi sua resposta voltando pra cama.

— Pra que se enrolar no lençol? — perguntou Benjamin.

— Fiquei com medo de pegar um resfriado — Victoria respondeu sorrindo e se deitando novamente ao lado do marido.

— Quer chegar lá às oito?

— Não precisa... Não tem problema se a gente se atrasar um pouquinho — Victoria sorriu.

— Te amo.

— Também te amo — Victoria respondeu beijando o marido.

(...)
Eram quase nove horas, quando Victoria e Benjamin desceram para o salão de festas onde era servido o jantar.

Apesar de o hotel parecer vazio quando os dois chegaram, havia mais hóspedes. Pelo menos uns três casais e duas famílias de três e quarto pessoas estavam jantando no salão. Victoria e Benjamin escolheram uma mesa de dois lugares perto de uma das grandes e altas janelas. Não queriam arriscar um jantar na varanda com o frio que começava a fazer lá fora.

— Olá. Meu nome é Carson. Terei um imenso prazer em servir vocês. O que desejam para beber? — um garçom uniformizado que se aproximou da mesa perguntou.

— Um vinho? — Benjamin perguntou olhando para a esposa. Ele vestia uma calça social preta e um suéter cinza com gola em "V" e mangas compridas por cima de uma camisa que pouco aparecia por baixo do agasalho. Nos pés um sapato social preto.

— Tinto e suave — ela completou. Victoria usava um vestido azul marinho de mangas compridas, e tentava se proteger do frio com uma meia—calça preta fio grosso. Nos pés usava um par de sapatilhas pretas de verniz.

— Um vinho tinto suave, por favor — Benjamin pediu ao garçom.

— Já vou trazer. Podem se servir à vontade naquela mesa — o garçom disse apontando para a grande mesa que eles haviam visto no meio do salão, e que agora estava repleta dos mais variados pratos quentes e frios.

— Obrigado — Benjamin respondeu. Victoria apenas sorriu.

Carson se afastou da mesa.

— Vai esperar o vinho ou quer algo pra comer agora mesmo? — Benjamin perguntou sorrindo.

— Tá que você não está com fome. A gente não comeu nada desde que saiu da nossa festa surpresa.

— Verdade. Eu também não estou pensando em esperar — Benjamin sorriu para Victoria que retribuiu o sorriso.

Os dois se levantaram e foram até a grande mesa. A variedade de comida era grande. Havia sopas, caldos e outros pratos quentes. As sobremesas também estavam de dar água na boca. Victoria resolveu começar com um caldo de ervilha enquanto Benjamin preferiu uma sopa de galinha com queijo. A garrafa de vinho já estava aberta na mesa quando eles se sentaram. Benjamin experimentou o vinho. Depois serviu a esposa e completou o seu copo.

— Está bem suave, você vai gostar.

Victoria degustou o vinho e concordou com ele.

— Está ótimo — ela respondeu sorrindo e bebendo um pouco mais.

— Estranho... — Benjamin comentou.

— O que lindo? — Victoria perguntou.

— Esse hotel é bem movimentado, mas quando fiz as reservas, me pareceu que não ser frequente eles terem muitos hóspedes por aqui — Benjamin tomou um pouco mais da sopa. — Só quis vir até aqui porque é um hotel antigo. Queria conhecer de perto a arquitetura. Na verdade, achei estranho que o telefone para contato, que estava na revista onde encontrei as fotografias, ainda funcione.

Benjamin era fotógrafo e Victoria decoradora. Eles haviam se conhecido quando ele fazia uma sessão de fotos de uma casa que ela havia decorado para uma revista. A empatia entre os dois foi imediata e depois de mais algumas fotos dos trabalhos de Victoria, ele começou a fotografar a própria. Depois as fotos começaram a sair com os dois juntos e, por fim, a amizade que surgiu entre os dois culminou em um lindo casamento.

— Talvez novo dono — Victoria sugeriu.

— Se for, ele resolveu preservar o estilo e a mobília daqui. A julgar pelas fotos na parede da sala, dá pra perceber que elas foram tiradas há muito tempo. No entanto, a mobília parece ser a mesma do hotel de agora.

— Quero ver essas fotos — ela pediu.

— Podemos ir lá à sala quando terminarmos.

Victoria sorriu para o marido e eles fizeram um brinde com as taças de vinho.

Destination Unknown (Parte 01)

Atualização (31/05/2022): Essa é a versão original de Destination Unknown (nem me perguntem o porquê do titulo em inglês. Acho que foi inspiração em uma música...). Na verdade é apenas o começo da história que ficou bem maior depois que eu participei do NaNoWriMo e transformei ela em um romance. Pretendo publicar na íntegra um dia, com todos os ajustes necessários (são muitos!) e com um título diferente (em português, né... please! 😅). Essa versão será mantida aqui no blog como registro da evolução na minha escrita.


Sinopse: Um casal em lua de mel busca apenas paz e tranquilidade para aproveitar o momento, mas não é bem o que eles encontram ao se hospedar em um hotel com um passado obscuro.
 

Destination Unknown

(Parte 01 de 04)
 

A cerimônia de casamento havia durado exatamente uma hora, mas o que Benjamin e Victoria não esperavam era que seus amigos tivessem preparado uma pequena recepção surpresa para os dois. Eles queriam um casamento simples e com os cumprimentos na igreja, mas não tiveram como escapar da festa surpresa de casamento.

Com algumas horas de atraso, finalmente os dois haviam conseguido sair da festa e se dirigiram para o hotel onde haviam feito reservas para a lua de mel. Victoria, que estava sentada no banco do carona, escolhia um CD para tocar. Por fim pegou um que ela havia gravado com músicas de vários artistas e colocou para tocar. A primeira faixa era Hotel California do grupo The Eagles.

— Boa música — comentou Benjamin, um homem alto, já na casa dos 30, aumentando um pouco o volume.

Victoria, apenas dois anos mais nova que ele, sorriu se recostou no banco com seus cabelos castanhos ondulados com luzes na cor rosa pink emoldurando perfeitamente seu rosto — tem certeza que não quer que eu dirija?

— Precisa não, linda. Relaxa e curte a viagem. — Os cabelos loiro escuro de Benjamin balançavam ao sabor do vento.

Depois de dirigir por alguns quilômetros na rodovia, ele pegou uma estrada secundária e dirigiu por cerca de 30 minutos por uma via sem asfalto que cortava uma floresta até chegar ao pátio do Hotel Magnólia. O lugar parecia deserto. Era uma casa muito grande, com oito janelas na fachada, dois andares um enorme jardim na frente. As plantas estavam bem cuidadas e o verde combinava com a cor da floresta em volta do pátio. Uma mulher de cabelos pretos curtos e corpo esbelto, com aparentemente 40 anos apareceu na porta do Hotel.

— Bem vindos ao Hotel Magnólia — disse ela sorrindo.

Benjamin e Victoria sorriram de volta e agradeceram.

— Vocês têm reserva? — perguntou a mulher.

— Sim, fizemos na semana passada pelo telefone — Benjamin respondeu.

— Venham conhecer o hotel antes de se registrarem então — a mulher convidou.

Os dois concordaram com um aceno de cabeça e a seguiram para dentro do hotel. Na recepção, um carpete vermelho cobria todo o chão. Havia um balcão de madeira, onde se faziam os registros, logo de frente para a porta e atrás dele, um mural, também de madeira, estava repleto de chaves. Do lado direito do saguão, havia uma escada que dava acesso aos quartos no segundo andar. E do lado esquerdo uma sala de estar com uma grande lareira, uma mesa de centro, uma estante com muitos livros, dois sofás bem grandes e duas cadeiras. Tudo em estilo rústico.

Uma grande porta nos fundos da sala dava acesso ao salão de festas onde várias mesas, com quatro cadeiras cada, que se encontravam distribuídas no entorno de uma mesa muito maior onde provavelmente eram postas as refeições. O salão tinha pelo menos três portas que davam acesso a uma varanda que circundava todo o local.

— Ali embaixo temos uma piscina e aqui nos fundos um jardim coberto onde os hóspedes podem aproveitar a natureza mesmo em dias chuvosos — a mulher concluiu enquanto eles desciam por uma pequena escada saindo da varanda e indo para a parte de trás do hotel.

— E ali embaixo? — perguntou Victoria apontando para uma pequena porta que evidenciava a presença de um cômodo logo abaixo da varanda e que provavelmente ocupava boa parte de baixo do piso do primeiro andar.

— É o porão. Íamos fazer uma sauna ali, mas desistimos da ideia. — A mulher respondeu. — E então? Gostaram? — ela perguntou sorrindo.

Victoria e Benjamin trocaram um rápido olhar.

— Maravilhoso — disse Victoria.

— Vamos ficar — continuou Benjamin.

— Então venham até a recepção para que possam fazer a ficha.

Os dois seguiram a mulher de volta para dentro do hotel.

— Senhora, qual é mesmo o seu nome? — perguntou Victoria.

— Ah, me desculpem. Meu nome é Eva.

— Somos Victoria e Benjamin Shepherd — continuou a esposa.

Os três trocaram sorrisos.

— O registro vai ser feito no nome de quem? — Eva perguntou entrando atrás do balcão da recepção.

— No meu nome — respondeu Benjamin tirando a carteira do bolso e pegando seu cartão de crédito.

— Hum, pagamentos só em dinheiro — a mulher avisou.

— Sem problemas — respondeu Benjamin guardando o cartão e separando algum dinheiro.

Feito o pagamento, Eva entregou uma chave a eles.

— Vocês estão no quarto número 4.

— Obrigado — disse o homem sorrindo e pegando o objeto.

(...)
Os quartos ficavam no segundo andar do hotel. O que Victoria e Benjamin ocuparam era o terceiro à direita do final da escada. Benjamin abriu a porta e eles entraram. Os dois ficaram perplexos ao verem o interior do quarto.

As paredes eram cobertas por um papel de paredes amarelado com pequenos ramos de flores vinho desenhadas. Ao lado da janela havia um guarda-roupa de madeira maciça aparentemente com mais de um século de existência. Aos pés da cama um banco estofado com um tecido no mesmo tom do papel de parede e, com listras vermelhas já bastante desbotadas, combinava com a cama também de madeira maciça e tinha um dossel de onde cortinas, feitas do mesmo tecido que o estofamento do banco, pendiam amarradas. Duas mesinhas de cabeceira, um de cada lado da cama completavam o mobiliário. As cortinas da janela também eram trabalhadas na mesma estampa deixando o quarto com uma uniformidade estranha.

— Aconchegante — disse Victoria segurando o riso.

— Aposto que se você tivesse decorado teria ficado melhor — disse Benjamin fechando a porta.

— Me agradando assim por quê? — perguntou a esposa.

— Porque eu amo você? — respondeu Benjamin sorrindo e tentando beijá-la, mas Victoria se desvencilhou de Benjamin.

— Sei... — Victoria sorriu. — Estou louca por um banho — ela colocou sua mala de rodinhas no chão e a abriu.

Benjamin deixou a mochila que carregava no chão e se sentou na cama enquanto a observava pegar as roupas. Quando tinha tudo em mãos, Victoria se levantou e seguiu para o banheiro que ficava atrás de uma porta ao lado do guarda-roupa.

— Você não vem? — perguntou ela parada ao lado da porta.

Benjamin abriu um sorriso, tirou a carteira e o celular do bolso e foi para o banheiro.

Seguindo o estilo do quarto, as louças do banheiro pareciam pertencer a uma mansão bem antiga. Todas em branco, mas já um pouco amareladas, contrastando com ladrilhos vermelhos que cobriam o chão enquanto paredes e teto eram cobertos por tinta branca.

— Acho que exageramos na espuma — disse Victoria, que estava junto de Benjamin dentro da banheira que transbordava.

— Verdade, Benjamin sorriu. Espero que a arrumadeira não fique brava com a gente.

Victoria segurou algumas bolhas de sabão na mão e soprou fazendo-as voar pelo banheiro. Ela olhou para Benjamin e deitou sobre seu peito. Ele a abraçou e passava as mãos por seus cabelos enquanto ela brincava com a espuma sobre os braços dele.

— Estava com saudade de ficar assim sozinho com você. Essas últimas semanas foram difíceis — ele comentou.

— Também senti sua falta. Organizar um casamento não é fácil. Principalmente o quando você é a noiva — ela sorriu.

— Mas no final deu tudo certo não foi? — ele perguntou.

— Sim. Foi maravilhoso como eu sempre sonhei — ela respondeu. — Você também gostou?

— De tudo — ele respondeu. — Principalmente da noiva — Benjamin sussurrou ao ouvido dela.

Victoria sorriu e eles se beijaram. No entanto, a movimentação súbita deles faz uma grande quantidade de água cair no chão.

— Acho melhor a gente parar com isso antes que inundemos o hotel. — Victoria sorriu.

— Tenho uma ideia melhor — Benjamin se levantou, tirou Victoria de dentro da banheira e a carregou no colo até a cama. Apesar da aparência não tão musculosa, os exercícios diários no Central Park lhe garantiam músculos fortes. Na verdade, o corpo esguio da mulher também ajudava.

— Agora a gente encharcou a cama — ela sorriu para o marido.

— A gente dá um jeito nisso depois. — Benjamin se deitou sobre ela e a beijou.

[Poema] À Noite

A música ao fundo é o Bolero de Ravel.
Não está nem frio nem quente. 
Apenas agradável.
A lentidão da internet permite pequenas viagens.
 
No teto do quarto, o lustre jaz cheio de insetos mortos. 
Uma aranha aproveitou e teceu sua teia ao lado, 
pronta a capturar qualquer desavisado que passe por ali.
O download de um vídeo de 8MB tem previsão de terminar em 30 minutos.
 
Haverá bastante tempo para viajar.
O relógio da cozinha trabalha ruidosamente.
Talvez porque o silêncio esteja sendo cortado 
apenas pelo barulho das teclas à medida que o texto é digitado.
Na cama não há lugar para dormir. 
 
Tudo que foi usado durante o dia está jogado sobre ela 
o que faz lembrar que logo terá de dobrar uma pilha enorme de roupas.
Quem manda ir a tantos lugares.
 
Os barulhos da vizinhança são um pouco assustadores.
Nunca se sabe se alguma casa está sendo invadida, 
ou se alguém simplesmente levantou-se da cama para ir ao banheiro.
Deixar a imaginação sempre aberta tem seus prós e seus contras.
 
A última vez em que ela foi deixada livre 
terminou com um medo de escuro que demorou alguns meses para desaparecer... 
Não por completo.
 
Acho que o Ravel não vai esperar o final do download... 
Não esta nem na metade.
Um refrigerante doce traz um pouco da energia de volta.
 
E se tudo ganhasse vida? 
E quem fosse vivo ficasse inanimado?
Os ímãs de bicho no quadro de aviso saem andando, 
procurando um lugar para se esconder da claridade.
 
Os bichos de pelúcia andam pelo quarto.
Os livros começam a conversar, 
cada um contando sua história para o outro.
Os móveis rangem e se acomodam em diferentes posições.
E o único ser antes vivo no quarto agora permanece em uma cadeira.
 
Sem vida.
 
Uma boneca de pano com os olhos de vidro.
 
E o download não terminou.

Escuridão (Final)

Essa é a continuação do conto que postei ontem. Divirtam-se! E não se esqueçam de deixar comentários! A opinião de vocês é muito importante!

Para quem não leu: (Parte - 02)
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Escuridão

(Parte 03 de 03)

Quando Anna recobrou os sentidos percebeu que não conseguia se mexer. Ela estava deitada em um corredor estreito de uma casa com paredes e chão de madeira e tinha as mãos e pés amarrados. Jared estava a uma pequena distância que ela venceu se arrastando e o alívio foi grande ao perceber que o amigo estava vivo, porém seu estado havia piorado. Ele estava muito mais quente e transpirava bastante. Uma porta se abriu e passos foram ouvidos ficando cada vez mais perto. O homem que estava segurando Jared pelo pescoço estava de volta.

— Charles, — arriscou Anna que se lembrava do nome masculino pronunciado pela mulher. — Porque vocês estão fazendo isso com a gente?

Escuridão (Parte 02)

Essa é a continuação do conto que postei ontem. Divirtam-se! E não se esqueçam de deixar comentários! A opinião de vocês é muito importante!!

Para quem não leu: (Parte - 01)
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(Parte 02 de 03)

Já era de madrugada quando Anna acordou assustada com um barulho. Ela abriu os olhos, mas não conseguia enxergar nada, pois as velas haviam se queimado completamente e o quarto estava imerso na mais densa escuridão. Seu coração começou a bater mais forte.

— Jay — ela chamou aflita.

Escuridão (Parte 01)

Atualização (22/05/2022): Essa é a versão original de uma história que já passou por algumas alterações e está publicada no Wattpad: Escuridão. Dentre as modificações mais marcantes está a edição dessa história com personagens brasileiros e a mudança do cenário onde a trama acontece para o interior de Minas Gerais. Outra mudança foi também o nome dos personagens principais para Annabelle (Anna) e Felipe (Jared). No mais, mantive a essência dessa minha primeira tentativa de escrever uma história de terror.

Essa nova versão já está revisada e completa no Wattpad. Fiquem a vontade para escolher ler essa aqui do blog (antiga) ou a que está lá, com os personagens mineiros por quem me apaixonei!

Sinopse nova: Você acredita em lendas? E se uma maldição colocasse sua vida em risco? Annabelle e Felipe, fãs de filmes de terror, jamais imaginaram vivenciar aquilo que assistiam apenas nas telas. O que começou como uma curta viagem de final de semana nas proximidades da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais; foi drasticamente interrompido por uma tempestade, obrigando os dois amigos a se hospedarem num hotel isolado. Aos poucos, no entanto, a estrada parecia cada vez mais segura do que aquele lugar de atmosfera sombria. Quando uma ameaça sobrenatural aparece, em quem eles confiarão mais: na razão ou na emoção? A amizade deles será suficiente para poupá-los do destino mortal? Venha acompanhar essa aventura, e não se esqueça de apagar a luz! Estejam avisados.

Loucuras de um carnaval qualquer...

Alice e Juliana eram amigas de longa data que costumavam passar o Carnaval em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. Todo ano era sempre a mesma coisa. Uma banda no palco animava as pessoas na rua que dançavam e se divertiam até o sol nascer. Aquele ano, entretanto tinha tudo para ser como os outros, mas não foi. Depois de uma noite inesquecível, assim que chegou a casa Alice correu para o quarto, pegou seu diário e começou a escrever.

~ 08/03/2000 ~

Eu não costumo escrever em diário, mas como a memória é fraca... Ontem foi o ultimo dia de carnaval, e o ultimo dia de Banda Pakto. Desde sábado, dia 04/03, eu e a Ju nos apaixonamos pelo guitarrista da banda (ele é lindo com demais com cabelos pretos compridos encaracolados caindo pelas costas até sua cintura!). 

Passamos os dias de carnaval embaixo do palco tentando chamar a atenção dele, admirando sua beleza, gritando seu nome e chamando ele de LINDO(!) de sábado até segunda-feira. Mas só no último dia de carnaval aconteceu a coisa mais maravilhosa que poderia acontecer (berro)!

Já saímos de casa com duas folhas em branco de um diário antigo meu com folhas decoradas e uma caneta (por acaso do mesmo diário que estou usando agora!). Eu e a Ju ficamos com vergonha de pedir o autógrafo e pedimos para uma vizinha nossa pedir. Na hora que ela ia subir para o palco ele pediu para que voltássemos na hora do intervalo do show. Mas nossa vizinha teve que ir embora e eu e a Juliana não sabíamos o que fazer. 

Ficamos perto do palco e gritamos o nome dele e imitamos seus movimentos com o cabelo que chegava até a cintura e era lindo DEMAIS! No meio do show ele tirou o colete preto que estava usando e eu disse “Ai meu Deus” tão alto que o pessoal por perto ficou me olhando sem entender o que estava acontecendo (fiquei muito sem graça...hehe). Mais tarde, eu e a Ju conseguimos chamar a atenção dele que olhou pra gente e fez como se tocasse a guitarra só para nós!
 
Finalmente chegou o intervalo. Um monte de gente entrou do lado do palco para pegar autógrafos dos integrantes da banda, eu, a Ju e outra menina que estava lá começamos a gritar pelo nome do guitarrista.
 
Ele enfim desceu, passou por nós, deu um beijo na outra menina e foi embora (será que somos tão baixinhas que ele não viu a gente? *Revolta*). 

Nessa hora me subiu uma coisa. Uma mistura de raiva com ciúme que me fez sair correndo atrás dele (não, eu não estava com nada pesado em mãos. Estava só querendo a atenção dele, não da polícia!) e criar coragem de gritar o nome dele. Quando ele parou e olhou a Ju fez sinal com a mão para que ele se aproximasse (Ah... morri... hahahahahahaha) e o diálogo foi mais ou menos esse:
 
— Dá um autógrafo — eu pedi.
— Tem caneta? — perguntou ele.
Eu entreguei a caneta.
— Qual o seu nome? — continuou ele.
— Alice.
Ele apoiou o papel na parede de uma casa perto de nós. Ele era extremamente alto também. Não dava para perceber isso tão bem de onde estávamos.
— Um pra mim também — pediu Juliana.
— Qual seu nome? — perguntou ele.
— Juliana.
Depois de escrever os dois autógrafos, ele estava quase indo embora quando a Juliana falou:
— E o beijo?
Ele então voltou e deu um beijo no rosto dela.
— Eu também quero — pedi.
 
Ele deu um beijo no meu rosto e foi embora. Eu e a Juliana saímos correndo e fomos mostrar para o pessoal que estava na rua com a gente. Pena que tivemos que ir embora, porque começaram a pipocar brigas na rua por volta das 3 da manhã. 

Nossa... Acho que nunca vamos esquecer isso! Mas tive que escrever aqui só pra ter certeza! :) 

Perfil do “nosso” guitarrista lindo: pele muito clara, cabelos pretos compridos meio liso da raiz até a metade de onde os cachos se formavam e descendo até a sua cintura, “fortinho” (o que dava pra ver quando ele estava sem camisa), Vascaíno, canhoto (o que deixou a gente ainda mais orgulhosa por ser canhota).