Escuridão
Quando Anna recobrou os sentidos percebeu que não conseguia se mexer. Ela estava deitada em um corredor estreito de uma casa com paredes e chão de madeira e tinha as mãos e pés amarrados. Jared estava a uma pequena distância que ela venceu se arrastando e o alívio foi grande ao perceber que o amigo estava vivo, porém seu estado havia piorado. Ele estava muito mais quente e transpirava bastante. Uma porta se abriu e passos foram ouvidos ficando cada vez mais perto. O homem que estava segurando Jared pelo pescoço estava de volta.
— Charles, — arriscou Anna que se lembrava do nome masculino pronunciado pela mulher. — Porque vocês estão fazendo isso com a gente?
— Nada pessoal, — ele respondeu a erguendo do chão.
— Então porque não nos deixa ir? — a dor foi quase sufocante quando o homem a jogou sobre um dos ombros e saiu andando. O desespero tomou conta de Anna ao ver Jared cada vez mais longe dela ainda caído no chão.
— Não posso. Preciso do seu namorado pra ter a minha namorada de volta. Cometeram uma grande injustiça contra ela um tempo atrás. Essa é a única maneira de resolver — ele parou em frente a uma porta e a destrancou. — Olha, se você se comportar talvez te deixemos ir embora — Charles pôs Anna no chão de pé com as costas voltadas para a porta que tinha aberto.
— E o Jared?
— Dona Hilda precisa muito dele pra ajudar a Amber. Sinto muito — ele fez uma expressão de ressentimento. — Ou talvez nem me importe — Charles deu uma gargalhada e empurrou Anna que rolou escada abaixo para dentro do porão. Ela ainda ouvia sua risada quando ele trancou a porta e se afastou.
O local era muito escuro e se não fosse pela luz que vinha do lado de fora por um pequeno basculante, ela não conseguiria enxergar nada ali. Ao tentar se levantar, percebeu o quanto seu corpo doía principalmente depois de ter sido jogada escada a baixo.
Para piorar, sua cabeça ainda latejava por causa da pancada que levara mais cedo. Ela conseguiu se sentar e desamarrar suas pernas, mas os nós das cordas que prendia suas mãos estavam muito apertados. No entanto, com as pernas livres, ela podia andar pelo porão. Tentando fazer o mínimo de barulho possível, ela caminhou procurando uma saída dali além da porta do alto da escada, pois sabia que estava trancada e sem uma chave ou uma ferramenta não teria como abri-la.
Andando perto das paredes, Anna encontrou uma portinha, que não devia ter mais de 60 centímetros de largura e 50 centímetros de altura, mas era a esperança de uma saída. Estava trancada com um cadeado, porém, as dobradiças que o prendiam tinham parafusos simples e tudo o que ela precisava era de algo fino o suficiente para desparafusá-los. Revirando o local encontrou uma faca, que estava tão enferrujara quanto os parafusos, mas que teria que servir.
Encaixando-a em um deles e girando, o pequeno pedaço de metal se desprendeu da dobradiça. O processo foi semelhante com outros dois, apenas o último parecia mais resistente e a faca acabou se soltando e fazendo um talho em seu dedo. Ela praguejou e colocou o dedo instintivamente na boca sugando o sangue que escorria. Desmontar o mecanismo com as mãos atadas não estava sendo fácil.
Anna pegou a faca e começou a esfregá-la contra as cordas. Apesar de sem corte, de alguma forma ela ofendia os fios e depois de algum tempo as amarras acabaram desfiando e ela conseguiu se soltar. Já com as mãos livres, ela voltou ao que estava fazendo, finalmente retirando o último parafuso. Ela sentou-se por um instante antes de continuar fitando o sangue escorrendo de seu dedo e o túnel comprido, estreito e escuro que estava à sua frente.
Anna tomou coragem e se agachou para passar pela portinha. Era impossível identificar aonde ela chegaria, e a única forma de se locomover ali era engatinhando. Só assim para não machucar a cabeça. O mesmo, no entanto, não acontecia com suas mãos e joelhos, ofendidos constantemente pelo chão irregular.
Anna começou a ficar com medo de que o túnel não tivesse saída. Ou que alguém fechasse a portinhola e ela não tivesse mais como sair dali. O ar já começava a lhe faltar quando ela sentiu uma lufada de ar no rosto e teve a esperança de encontrar uma saída.
A todo o momento ela esbarrava seus braços nas paredes que, antes de cimento e agora de terra batida, se alargavam e estreitavam aleatoriamente. Com certeza já estava bem longe do porão onde havia sido jogada. — A não ser, — ela pensou. — Que estivesse andando em círculos.
Uma fraca luz foi a prova que ela precisava de que estava chegando a algum outro lugar. O caminho seguia até um cômodo de paredes e chão de terra batida, ornamentados por raízes que pareciam pertencer a alguma árvore muito grande.
Anna avistou Jared caído em um canto ainda desacordado e foi necessário resistir à tentação de correr até ele, pois notara em outro cômodo contíguo a presença da estranha garota, chamada Amber, que se locomovia de um lado para o outro aparentemente ocupada. Era desse outro cômodo que vinha a fraca iluminação. Não havia sinal nem de Charles, ou de Hilda, a mulher da recepção. Ela decidiu se esgueirar junto às paredes, aproveitando a camuflagem oferecida pelas raízes, para se aproximar do amigo.
— Jay, — ela sussurrou batendo de leve no rosto dele. Ele estava tão quente que ela temeu que seu estado gerasse consequências graves.
Ele gemeu.
— Fique em silêncio — Anna pediu falando ao seu ouvido — precisamos sair daqui agora. Mas não dá pra voltar por aonde eu vim, porque tem um porão trancado no final do caminho.
Jared apontou para o local onde Amber estava.
— Trouxeram você por ali?
Ele apenas acenou positivamente com a cabeça.
— Então temos que despistar a garota de alguma forma. Mas antes você precisa tomar isso — ela retirou o frasco de dipirona de dentro do bolso da jaqueta. — Sei que o gosto é péssimo, sinto muito.
Ele acenou com a cabeça novamente e abriu a boca. Anna jogou uma boa quantidade do remédio sobre a língua de Jared que não conseguiu evitar a careta antes de engolir. Ela acariciou seu rosto e beijou sua testa como ele havia feito antes com ela. Após guardar o frasco novamente no bolso, Anna se afastou de Jared e se aproximou o máximo que podia da porta que dava para o outro cômodo.
O lugar se parecia bastante com o que eles estavam. As paredes também eram de terra batida com raízes emaranhadas. Em um canto, quase como se estivesse em um altar feito de raízes, havia uma lamparina de vidro com algumas marcações desenhadas de acordo com a quantidade de combustível existente.
Anna reconheceu aquele objeto como o mesmo que a mulher que a havia golpeado trazia em uma das mãos. No meio do cômodo uma mesa muito estranha, com cintos de couro em cada um dos quatro cantos provavelmente para prender mãos e pernas. A estrutura se parecia muito com as mesas de tortura que ela já havia visto em filmes.
Ela sentiu como se tivesse levado um soco no estômago quando se deu conta de que aquilo estava sendo preparado para Jared. O jeito que Amber havia se aproximado dele e sua alegria ao ver Charles o segurando pelo pescoço só poderiam indicar que ele era a oferenda do sacrifício.
— Tudo pronto, querida? — Anna ouviu a voz de Hilda na sala com Amber e teve que se esconder rapidamente entre as raízes da parede.
— Sim mamãe. Pode trazê-lo! — Amber respondeu com a mesma voz fria e rouca de antes.
Anna se espremeu o máximo que pode contra a parede entre as raízes para que eles não a vissem. Hilda e Charles passaram por ela e pegaram Jared pelos braços o arrastando para a sala onde tudo estava sendo preparado.
— O que eu faço o que eu faço? — ela se desesperou e em reflexo agarrou-se às raízes que a protegiam. — A árvore — ela olhou para as próprias mãos e compreendeu. Estavam todos de baixo da grande planta que havia no meio do pátio. A mesma que ficava de frente para o chalé onde eles estavam. Tinha que ter alguma relação. A mulher os mandara exatamente para lá. — Se ao menos eu tivesse como derrubá-la.
Colocando as mãos nos bolsos da jaqueta ela encontrou a caixa de fósforos que pegou antes de sair do quarto. Se não podia subir e derrubá-la, talvez conseguisse queimá-la. Assim, afastou-se das raízes, ascendeu o primeiro fósforo e chegou a chama perto delas.
O fogo não se alastrou de imediato, pois havia muita umidade no local, mas depois de um tempo funcionou. Ela passou a ascender outros fósforos e incendiar mais raízes. O local ardia em chamas e Anna sabia que isso logo chamaria a atenção dos ocupantes do outro cômodo, por isso escolheu um lugar próximo à porta e longe o suficiente das chamas para se esconder.
— O está acontecendo aqui? — Hilda foi a primeira a aparecer. — Charles! Água! Rápido! — ela gritou saindo em disparada atrás do rapaz.
Anna aproveitou para entrar no local onde agora só havia Jared e Amber. As duas se encararam por um instante de pé, uma de cada lado da mesa onde o corpo dele jazia amarrado. Em um canto, à mesma distância das duas estava a lamparina de vidro. Amber percebeu quando ela olhou para aquele canto e as duas investiram ao mesmo tempo em direção ao objeto. Anna, porém foi a mais rápida e tão logo o segurou nas mãos o jogou com força contra a parede. A garota deu um grito lancinante e caiu no chão se contorcendo. Anna se adiantou rapidamente para perto de Jared.
— Anda, acorda — ela batia levemente em seu rosto. — Você precisa acordar.
Ela foi desamarrando o amigo enquanto o chamava.
— Vamos Jay! — o desespero tomava conta dela.
Finalmente, ele abriu os olhos bem devagar.
— Temos que sair daqui o mais rápido possível. Você consegue andar?
— Posso tentar — disse Jared sentando-se. Passada a tontura inicial, ele colocou os pés no chão.
Anna serviu de apoio para ele enquanto caminhavam subindo por uma pequena escada para fora dali. Mal os dois saíram do lado de fora no pátio, Charles e Hilda surgiram carregando pesados baldes espirrando água para todos os lados enquanto corriam.
Vendo os dois do lado de fora, eles abandonaram os pesos e correram em direção à entrada do porão. Os dois aproveitaram para correr para longe em outra direção. O esforço era muito, pois Jared sentia muita dor e tontura por causa de sua febre ainda alta e Anna, por mais que tentasse apoiar o amigo durante a corrida, não aguentava o peso dele. Por fim, ambos acabaram caindo e por breves segundos os dois ficaram apenas sentindo os grossos pingos de chuva cair sobre seus corpos enquanto recuperavam o fôlego.
Quando virou o rosto para o lado, Anna só teve tempo de ver Charles vindo em direção deles com um punhal erguido sobre a cabeça. Sem forças para tirar Jared dali e incapaz de abandonar o amigo ela se jogou sobre o corpo dele cobrindo seu peito defendendo-o do golpe mortal.
Anna sentiu a lâmina cortando a pele das suas costas e fechou os olhos, torcendo para que Charles desistisse. Porém, antes que ele tentasse alguma nova investida, um barulho interrompeu seus planos. A velha árvore, cujas raízes serviam paredes para os cômodos subterrâneos, não suportara o fogo e desabava ruidosamente.
Jared olhou para o lado e viu o corpo de Charles ficar cada vez mais transparente. Ele havia soltado o punhal e olhava em desespero suas mãos desaparecendo. Ao mesmo tempo, no cômodo preparado para o sacrifício, o mesmo aconteceu a Amber e Hilda. Os três desapareceram por completo e tudo ficou calmo. Tudo o que ouviam era a árvore queimando e as gotas de chuva caindo sobre as chamas.
Anna abriu os olhos. Jared sentou-se a erguendo consigo e a abraçou. Ela tentava normalizar sua respiração acelerada pela dor que sentia com o profundo corte nas costas e o cansaço. Ambos fitaram o punhal caído próximo deles e Jared passou as mãos pelas costas dela sentindo o local onde estava o ferimento. Anna gemeu quando os dedos dele tocaram as bordas do corte.
— Desculpa — ele pediu com um beijo carinhoso em sua testa.
Ela apenas assentiu com um aceno de cabeça.
— Temos que dar o fora daqui — Anna disse de repente ficando de pé e ajudando Jared a se levantar.
A chuva não conseguira apagar completamente o fogo que destruíra a árvore, mas já estava bem mais controlado.
Por sorte, ela havia caído em direção oposta ao chalé onde eles estavam e os dois seguiram de mãos dadas até lá para pegar suas coisas. Juntaram tudo de qualquer jeito e jogaram no banco de trás do carro. Jared pegou sua arma no mesmo lugar onde ela havia caído mais cedo e os dois entraram no carro saindo de Old River o mais rápido que podiam sem se importar mais com a chuva.
— Você está bem? — ele perguntou a Anna que, desde que haviam saído do local, estava em silêncio.
— Eu é que deveria te perguntar isso — ela sorriu para ele e esticou a mão para tocar a testa do amigo.
Ele sorriu enquanto ela checava sua temperatura.
— Então?
— Parece que sua febre cedeu. Mas é melhor passarmos em um hospital só pra garantir.
— Claro que vamos passar. Você não vai ficar com esse corte aberto nas costas.
Anna sentiu a dor só de ele mencionar o machucado. O silêncio os acompanhou até chegarem a Nova Iorque cerca de três horas depois.
Os médicos se espantaram com o estado dos dois. Sujos, molhados e cheios e machucados. Queriam mantê-los internados e só concordaram em liberá-los depois que Anna se identificou como médica assumindo todos os riscos pelos dois. Ainda assim realizaram vários procedimentos neles.
Por causa do corte, Anna teve que levar pontos nas costas e no dedo, que havia cortado com a faca enferrujada além de tomar uma antitetânica por precaução e ainda passar por um exame de tomografia por causa da batida que levara na cabeça.
Jared também passou por uma tomografia já que passara muito tempo desacordado e tirou radiografias do rosto e do pulmão por causa da febre acabando por descobrir um início de pneumonia.
Depois de liberados, como já estava amanhecendo, eles seguiram para a cafeteria onde certamente encontrariam Arthur.
(...)
— Então
quer dizer que vocês passaram a noite em Old River? — perguntou Arthur
colocando duas xícaras de café e dois pedaços de bolo de cenoura cobertos com
chocolate sobre a mesa.
Jared havia contado ao pai sobre o ocorrido, sem muitos detalhes, e atribuíram os ferimentos dos dois a uma tentativa frustrada de passara noite em um hotel abandonado.
— Você conhece o lugar Art? — perguntou Anna depois de beber um pouco do revigorante café do pai do Jared e comer um pedaço de bolo. Só agora ela se dava conta do quanto estava faminta.
— Na verdade só a lenda. Eu nunca estive lá pessoalmente — respondeu Arthur.
— Que lenda? — perguntou Jared interessado. Ele também tinha uma xícara de café e um pedaço de bolo à sua frente.
Arthur se sentou do outro lado da mesa de frente para os dois.
— Diz se que há muito tempo atrás, como toda boa lenda, uma mulher que morava nessa cidade despertava o ódio de alguns moradores. Moradoras, para ser mais preciso. Ela era uma jovem muito bonita, de cabelos longos e negros e feições angelicais. Tinha o corpo que dava inveja nas moças da pequena cidade e suas roupas não eram menos provocativas.
Arthur continuou.
— Um belo dia, um rapaz, que já era prometido para outra garota, foi pego aos beijos com a tal bela jovem. Ela era filha da dona do único hotel da cidade. Obviamente que a culpa da “traição” do jovem contra sua noiva prometida caiu apenas sobre a bela mulher, e ela foi presa acusada de ter enfeitiçado o rapaz. Como viviam em uma comunidade fechada, eles tinham suas próprias leis e ela foi condenada a morrer dali a três dias. Ela seria pendurada pelo pescoço em um galho de um enorme e velho carvalho que havia no terreno do hotel.
Anna chegou mais próximo de Jared enquanto se lembrava de cada detalhe do local à medida que Arthur mencionava. Pensando por tudo que Amber tinha passado, ela chegava quase ao ponto de ter pena dela. Eles não interromperam Arthur que prosseguiu.
— O enforcamento da jovem aconteceu à noite, mas foi uma morte lenta e contam que enquanto agonizava, ela olhava fixamente para as velas que os moradores tinham nas mãos, como se a luz da chama pudesse mantê-la ali.
"Alguns meses depois, vários jovens da comunidade contraíram uma febre muito forte e morreram em consequência dela. Foi um total de 40 jovens rapazes mortos até que a comunidade resolveu abandonar a cidade. Restou lá apenas o homem que tinha iniciado toda a confusão beijando a moça e a mãe dela que era dona do hotel. Na verdade, as pessoas fugiram com certo medo deles.
Além de o jovem ser o único que era imune à febre, ele e a mãe da moça pareciam estar envolvidos com tudo isso. Como se fosse um ritual para trazer a filha dela de volta. Tudo indica que o rapaz tinha realmente se apaixonado pela jovem."
Jared e Anna ouviam a história sem interromper Arthur. Eles estavam suficientemente assustados com tantas coincidências entre essa lenda e o que eles haviam passado.
— Claro que o fato se espalhou pelo país. Logo curiosos e aventureiros procuraram pela cidade tentando invocar a enforcada. A quem diga que é a luz de uma vela ou lâmpada que a invoca. Contam que três dos que foram até lá encontraram a morte de maneira semelhante a dos jovens da antiga comunidade.
— 44º — disse Anna sussurrando ao ouvido de Jared.
— Um tempo atrás, uma família que viajava pela região, aproveitou o hotel abandonado para pernoitar. Mas eles afirmam que o filho menor, teve uma febre súbita e entrou em pânico afirmando ter visto o fantasma de uma mulher. Eles ficaram com medo de que fosse consequência da febre alta do menino e deixaram o lugar.
Ele se aproximou do centro da mesa e falou mais baixo — já ouvi dizer que lá, tem uma lamparina, ou um lampião, não sei ao certo, que nunca apaga. O combustível que mantém o fogo aceso é o prazo que eles têm para conseguir vítimas suficientes, para trazer a jovem de volta a vida ou serão condenados a passar a eternidade em um lugar muito desagradável. Não me perguntem que tipo de vítimas eles procuram, porque isso eu não sei. Mas já ouvi falar que a febre tem algo a ver com a lenda — Arthur parou por um tempo e olhou para os dois à sua frente. — Vocês não acreditam nessas coisas, não é? — ele perguntou ao ver as expressões de assombro nos rostos de Anna e Jared.
Anna e Jared sorriram e balançaram. Arthur deu uma gargalhada voltando a ficar com as costas próximas ao encosto do assento onde estava.
— Minha avó me contava essa lenda pra eu não deixar a luz do quarto acesa depois que ia pra cama. Ela dizia que isso atraía “a enforcada”. Claro, como toda boa história de avó para assustar neto, elas acontecem na maioria das vezes à noite — ele se levantou. — Mas vocês não têm mais sorte do que esse povo da lenda viu. Jared volta com princípio de pneumonia um gigantesco galo na cabeça e você com um corte na mão e outro nas costas. Tudo isso em uma viagem de um dia! Inacreditável.
Arthur balançou a cabeça e saiu em direção ao carro estacionado em frente à cafeteria, a fim de trazer para dentro os sacos de café que Jared havia ido comprar. Anna sorriu para ele que sorriu de volta. Os dois não conseguiam acreditar pelo que tinham passado. Algo que até aquele dia só tinham visto em filmes.
— Se eu não tivesse tanto medo de escuro e ficasse acendendo aquelas velas, talvez ela não tivesse achado a gente. Quase matei você — Anna sentia-se culpada.
— Não assuma essa culpa, nós já estávamos em perigo desde que saímos do posto de gasolina.
— Como assim? — ela se virou de lado no assento para ficar de frente para ele.
— O rapaz que estava com as mulheres, — ele explicou. — Foi ele quem me deu as direções para o hotel. Eu o reconheci quando o vi desaparecer.
— Como nós não percebemos nada? Eles não pareciam mortos, apenas magros e um pouco estranhos — Anna se lembrou da garota. — A não ser por Amber.
— Não faço ideia. Talvez fizesse parte da maldição — Jared segurou a mão machucada da amiga delicadamente. — Eu nunca vou ser capaz de retribuir o que você fez por mim. Você arriscou a sua vida por mim.
Anna segurou o antebraço esquerdo dele com a mão sã.
— Eu morreria se perdesse você — ela inclinou a cabeça apoiando-se no ombro dele.
— Sem você minha vida também não teria mais sentido.
Jared passou seu braço por cima dos ombros dela aconchegando-a em um abraço e Anna envolveu a cintura dele com os dois braços. Os dois permaneceram assim apreciando a cidade através da janela vendo os raios de sol enchendo de luz as ruas de Manhattan.
Hey! Que bacana, voltando com tudo heim. Saudades de ler os contos. eu voltei no blog paulinhodionisio@blogspot.com visite quando quiser.
ResponderExcluirBeijão.
Oi Paulo!
ResponderExcluirPois é... estou tentando voltar! Vamos ver se consigo! ^^
Obrigada pelo apoio!!
Ah... já estou seguindo o seu blog!! Pode deixar que vou dar uma passadinha lá sim!!
Bejinhos;
Ahh! Mto bom reler esse conto! Parece coisa de cinema mesmo! Adorei!
ResponderExcluirPs: não abandone o casal! =)
Não abandonarei!
ExcluirJá estou escrevendo uma nova aventura para eles e espero que em breve esteja publicado!! :)
Beijus;
Obrigada pelo comentário!!
adorei amiga, o que acha de montar um livro heimm?!
ResponderExcluirSó tem uma parte que ficou meio estranho, quando anna acha o jared e ele esta meio zondo, é o que parece, e no momento seguinte ele parece estar bem e mostrando uma possivel saida!!
Mais tirando isso, eu amei!!!
beijos
http://dailyofbooks.blogspot.com.br/
Tenho muita vontade... mas até hoje não montei nenhum... não sei se é preguiça, falta de incentivo, por achar que não vai fazer sucesso... mas quem sabe um dia supero isso tudo! ^^
ExcluirHum... reli o trecho onde está o que vc falou. Acho que talvez tenha faltado uma descrição mais detalhada do que estava acontecendo... talvez por isso tenha ficado parecendo que ele se recuperou do nada... vou dar uma olhadinha e ver o que posso fazer pra arrumar isso.
Obrigada pelo comentário!! Ajuda muito!
A gnt quando escreve não tem noção de como aquilo será para quem lê pois a gnt já conhece a estória!
Talvez eu estivesse escrevendo melhor hoje se tivesse mais gente lendo e comentando... mas... vida que segue!
Mais uma vez obrigada! ^^
Beijusss;
Muito bom Helaina!! Adorei!! Parabens!! Beijos
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