Destination Unknown (Parte 01)

Atualização (31/05/2022): Essa é a versão original de Destination Unknown (nem me perguntem o porquê do titulo em inglês. Acho que foi inspiração em uma música...). Na verdade é apenas o começo da história que ficou bem maior depois que eu participei do NaNoWriMo e transformei ela em um romance. Pretendo publicar na íntegra um dia, com todos os ajustes necessários (são muitos!) e com um título diferente (em português, né... please! 😅). Essa versão será mantida aqui no blog como registro da evolução na minha escrita.


Sinopse: Um casal em lua de mel busca apenas paz e tranquilidade para aproveitar o momento, mas não é bem o que eles encontram ao se hospedar em um hotel com um passado obscuro.
 

Destination Unknown

(Parte 01 de 04)
 

A cerimônia de casamento havia durado exatamente uma hora, mas o que Benjamin e Victoria não esperavam era que seus amigos tivessem preparado uma pequena recepção surpresa para os dois. Eles queriam um casamento simples e com os cumprimentos na igreja, mas não tiveram como escapar da festa surpresa de casamento.

Com algumas horas de atraso, finalmente os dois haviam conseguido sair da festa e se dirigiram para o hotel onde haviam feito reservas para a lua de mel. Victoria, que estava sentada no banco do carona, escolhia um CD para tocar. Por fim pegou um que ela havia gravado com músicas de vários artistas e colocou para tocar. A primeira faixa era Hotel California do grupo The Eagles.

— Boa música — comentou Benjamin, um homem alto, já na casa dos 30, aumentando um pouco o volume.

Victoria, apenas dois anos mais nova que ele, sorriu se recostou no banco com seus cabelos castanhos ondulados com luzes na cor rosa pink emoldurando perfeitamente seu rosto — tem certeza que não quer que eu dirija?

— Precisa não, linda. Relaxa e curte a viagem. — Os cabelos loiro escuro de Benjamin balançavam ao sabor do vento.

Depois de dirigir por alguns quilômetros na rodovia, ele pegou uma estrada secundária e dirigiu por cerca de 30 minutos por uma via sem asfalto que cortava uma floresta até chegar ao pátio do Hotel Magnólia. O lugar parecia deserto. Era uma casa muito grande, com oito janelas na fachada, dois andares um enorme jardim na frente. As plantas estavam bem cuidadas e o verde combinava com a cor da floresta em volta do pátio. Uma mulher de cabelos pretos curtos e corpo esbelto, com aparentemente 40 anos apareceu na porta do Hotel.

— Bem vindos ao Hotel Magnólia — disse ela sorrindo.

Benjamin e Victoria sorriram de volta e agradeceram.

— Vocês têm reserva? — perguntou a mulher.

— Sim, fizemos na semana passada pelo telefone — Benjamin respondeu.

— Venham conhecer o hotel antes de se registrarem então — a mulher convidou.

Os dois concordaram com um aceno de cabeça e a seguiram para dentro do hotel. Na recepção, um carpete vermelho cobria todo o chão. Havia um balcão de madeira, onde se faziam os registros, logo de frente para a porta e atrás dele, um mural, também de madeira, estava repleto de chaves. Do lado direito do saguão, havia uma escada que dava acesso aos quartos no segundo andar. E do lado esquerdo uma sala de estar com uma grande lareira, uma mesa de centro, uma estante com muitos livros, dois sofás bem grandes e duas cadeiras. Tudo em estilo rústico.

Uma grande porta nos fundos da sala dava acesso ao salão de festas onde várias mesas, com quatro cadeiras cada, que se encontravam distribuídas no entorno de uma mesa muito maior onde provavelmente eram postas as refeições. O salão tinha pelo menos três portas que davam acesso a uma varanda que circundava todo o local.

— Ali embaixo temos uma piscina e aqui nos fundos um jardim coberto onde os hóspedes podem aproveitar a natureza mesmo em dias chuvosos — a mulher concluiu enquanto eles desciam por uma pequena escada saindo da varanda e indo para a parte de trás do hotel.

— E ali embaixo? — perguntou Victoria apontando para uma pequena porta que evidenciava a presença de um cômodo logo abaixo da varanda e que provavelmente ocupava boa parte de baixo do piso do primeiro andar.

— É o porão. Íamos fazer uma sauna ali, mas desistimos da ideia. — A mulher respondeu. — E então? Gostaram? — ela perguntou sorrindo.

Victoria e Benjamin trocaram um rápido olhar.

— Maravilhoso — disse Victoria.

— Vamos ficar — continuou Benjamin.

— Então venham até a recepção para que possam fazer a ficha.

Os dois seguiram a mulher de volta para dentro do hotel.

— Senhora, qual é mesmo o seu nome? — perguntou Victoria.

— Ah, me desculpem. Meu nome é Eva.

— Somos Victoria e Benjamin Shepherd — continuou a esposa.

Os três trocaram sorrisos.

— O registro vai ser feito no nome de quem? — Eva perguntou entrando atrás do balcão da recepção.

— No meu nome — respondeu Benjamin tirando a carteira do bolso e pegando seu cartão de crédito.

— Hum, pagamentos só em dinheiro — a mulher avisou.

— Sem problemas — respondeu Benjamin guardando o cartão e separando algum dinheiro.

Feito o pagamento, Eva entregou uma chave a eles.

— Vocês estão no quarto número 4.

— Obrigado — disse o homem sorrindo e pegando o objeto.

(...)
Os quartos ficavam no segundo andar do hotel. O que Victoria e Benjamin ocuparam era o terceiro à direita do final da escada. Benjamin abriu a porta e eles entraram. Os dois ficaram perplexos ao verem o interior do quarto.

As paredes eram cobertas por um papel de paredes amarelado com pequenos ramos de flores vinho desenhadas. Ao lado da janela havia um guarda-roupa de madeira maciça aparentemente com mais de um século de existência. Aos pés da cama um banco estofado com um tecido no mesmo tom do papel de parede e, com listras vermelhas já bastante desbotadas, combinava com a cama também de madeira maciça e tinha um dossel de onde cortinas, feitas do mesmo tecido que o estofamento do banco, pendiam amarradas. Duas mesinhas de cabeceira, um de cada lado da cama completavam o mobiliário. As cortinas da janela também eram trabalhadas na mesma estampa deixando o quarto com uma uniformidade estranha.

— Aconchegante — disse Victoria segurando o riso.

— Aposto que se você tivesse decorado teria ficado melhor — disse Benjamin fechando a porta.

— Me agradando assim por quê? — perguntou a esposa.

— Porque eu amo você? — respondeu Benjamin sorrindo e tentando beijá-la, mas Victoria se desvencilhou de Benjamin.

— Sei... — Victoria sorriu. — Estou louca por um banho — ela colocou sua mala de rodinhas no chão e a abriu.

Benjamin deixou a mochila que carregava no chão e se sentou na cama enquanto a observava pegar as roupas. Quando tinha tudo em mãos, Victoria se levantou e seguiu para o banheiro que ficava atrás de uma porta ao lado do guarda-roupa.

— Você não vem? — perguntou ela parada ao lado da porta.

Benjamin abriu um sorriso, tirou a carteira e o celular do bolso e foi para o banheiro.

Seguindo o estilo do quarto, as louças do banheiro pareciam pertencer a uma mansão bem antiga. Todas em branco, mas já um pouco amareladas, contrastando com ladrilhos vermelhos que cobriam o chão enquanto paredes e teto eram cobertos por tinta branca.

— Acho que exageramos na espuma — disse Victoria, que estava junto de Benjamin dentro da banheira que transbordava.

— Verdade, Benjamin sorriu. Espero que a arrumadeira não fique brava com a gente.

Victoria segurou algumas bolhas de sabão na mão e soprou fazendo-as voar pelo banheiro. Ela olhou para Benjamin e deitou sobre seu peito. Ele a abraçou e passava as mãos por seus cabelos enquanto ela brincava com a espuma sobre os braços dele.

— Estava com saudade de ficar assim sozinho com você. Essas últimas semanas foram difíceis — ele comentou.

— Também senti sua falta. Organizar um casamento não é fácil. Principalmente o quando você é a noiva — ela sorriu.

— Mas no final deu tudo certo não foi? — ele perguntou.

— Sim. Foi maravilhoso como eu sempre sonhei — ela respondeu. — Você também gostou?

— De tudo — ele respondeu. — Principalmente da noiva — Benjamin sussurrou ao ouvido dela.

Victoria sorriu e eles se beijaram. No entanto, a movimentação súbita deles faz uma grande quantidade de água cair no chão.

— Acho melhor a gente parar com isso antes que inundemos o hotel. — Victoria sorriu.

— Tenho uma ideia melhor — Benjamin se levantou, tirou Victoria de dentro da banheira e a carregou no colo até a cama. Apesar da aparência não tão musculosa, os exercícios diários no Central Park lhe garantiam músculos fortes. Na verdade, o corpo esguio da mulher também ajudava.

— Agora a gente encharcou a cama — ela sorriu para o marido.

— A gente dá um jeito nisso depois. — Benjamin se deitou sobre ela e a beijou.

[Poema] À Noite

A música ao fundo é o Bolero de Ravel.
Não está nem frio nem quente. 
Apenas agradável.
A lentidão da internet permite pequenas viagens.
 
No teto do quarto, o lustre jaz cheio de insetos mortos. 
Uma aranha aproveitou e teceu sua teia ao lado, 
pronta a capturar qualquer desavisado que passe por ali.
O download de um vídeo de 8MB tem previsão de terminar em 30 minutos.
 
Haverá bastante tempo para viajar.
O relógio da cozinha trabalha ruidosamente.
Talvez porque o silêncio esteja sendo cortado 
apenas pelo barulho das teclas à medida que o texto é digitado.
Na cama não há lugar para dormir. 
 
Tudo que foi usado durante o dia está jogado sobre ela 
o que faz lembrar que logo terá de dobrar uma pilha enorme de roupas.
Quem manda ir a tantos lugares.
 
Os barulhos da vizinhança são um pouco assustadores.
Nunca se sabe se alguma casa está sendo invadida, 
ou se alguém simplesmente levantou-se da cama para ir ao banheiro.
Deixar a imaginação sempre aberta tem seus prós e seus contras.
 
A última vez em que ela foi deixada livre 
terminou com um medo de escuro que demorou alguns meses para desaparecer... 
Não por completo.
 
Acho que o Ravel não vai esperar o final do download... 
Não esta nem na metade.
Um refrigerante doce traz um pouco da energia de volta.
 
E se tudo ganhasse vida? 
E quem fosse vivo ficasse inanimado?
Os ímãs de bicho no quadro de aviso saem andando, 
procurando um lugar para se esconder da claridade.
 
Os bichos de pelúcia andam pelo quarto.
Os livros começam a conversar, 
cada um contando sua história para o outro.
Os móveis rangem e se acomodam em diferentes posições.
E o único ser antes vivo no quarto agora permanece em uma cadeira.
 
Sem vida.
 
Uma boneca de pano com os olhos de vidro.
 
E o download não terminou.

Escuridão (Final)

Essa é a continuação do conto que postei ontem. Divirtam-se! E não se esqueçam de deixar comentários! A opinião de vocês é muito importante!

Para quem não leu: (Parte - 02)
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Escuridão

(Parte 03 de 03)

Quando Anna recobrou os sentidos percebeu que não conseguia se mexer. Ela estava deitada em um corredor estreito de uma casa com paredes e chão de madeira e tinha as mãos e pés amarrados. Jared estava a uma pequena distância que ela venceu se arrastando e o alívio foi grande ao perceber que o amigo estava vivo, porém seu estado havia piorado. Ele estava muito mais quente e transpirava bastante. Uma porta se abriu e passos foram ouvidos ficando cada vez mais perto. O homem que estava segurando Jared pelo pescoço estava de volta.

— Charles, — arriscou Anna que se lembrava do nome masculino pronunciado pela mulher. — Porque vocês estão fazendo isso com a gente?

Escuridão (Parte 02)

Essa é a continuação do conto que postei ontem. Divirtam-se! E não se esqueçam de deixar comentários! A opinião de vocês é muito importante!!

Para quem não leu: (Parte - 01)
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(Parte 02 de 03)

Já era de madrugada quando Anna acordou assustada com um barulho. Ela abriu os olhos, mas não conseguia enxergar nada, pois as velas haviam se queimado completamente e o quarto estava imerso na mais densa escuridão. Seu coração começou a bater mais forte.

— Jay — ela chamou aflita.

Escuridão (Parte 01)

Atualização (22/05/2022): Essa é a versão original de uma história que já passou por algumas alterações e está publicada no Wattpad: Escuridão. Dentre as modificações mais marcantes está a edição dessa história com personagens brasileiros e a mudança do cenário onde a trama acontece para o interior de Minas Gerais. Outra mudança foi também o nome dos personagens principais para Annabelle (Anna) e Felipe (Jared). No mais, mantive a essência dessa minha primeira tentativa de escrever uma história de terror.

Essa nova versão já está revisada e completa no Wattpad. Fiquem a vontade para escolher ler essa aqui do blog (antiga) ou a que está lá, com os personagens mineiros por quem me apaixonei!

Sinopse nova: Você acredita em lendas? E se uma maldição colocasse sua vida em risco? Annabelle e Felipe, fãs de filmes de terror, jamais imaginaram vivenciar aquilo que assistiam apenas nas telas. O que começou como uma curta viagem de final de semana nas proximidades da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais; foi drasticamente interrompido por uma tempestade, obrigando os dois amigos a se hospedarem num hotel isolado. Aos poucos, no entanto, a estrada parecia cada vez mais segura do que aquele lugar de atmosfera sombria. Quando uma ameaça sobrenatural aparece, em quem eles confiarão mais: na razão ou na emoção? A amizade deles será suficiente para poupá-los do destino mortal? Venha acompanhar essa aventura, e não se esqueça de apagar a luz! Estejam avisados.

Loucuras de um carnaval qualquer...

Alice e Juliana eram amigas de longa data que costumavam passar o Carnaval em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. Todo ano era sempre a mesma coisa. Uma banda no palco animava as pessoas na rua que dançavam e se divertiam até o sol nascer. Aquele ano, entretanto tinha tudo para ser como os outros, mas não foi. Depois de uma noite inesquecível, assim que chegou a casa Alice correu para o quarto, pegou seu diário e começou a escrever.

~ 08/03/2000 ~

Eu não costumo escrever em diário, mas como a memória é fraca... Ontem foi o ultimo dia de carnaval, e o ultimo dia de Banda Pakto. Desde sábado, dia 04/03, eu e a Ju nos apaixonamos pelo guitarrista da banda (ele é lindo com demais com cabelos pretos compridos encaracolados caindo pelas costas até sua cintura!). 

Passamos os dias de carnaval embaixo do palco tentando chamar a atenção dele, admirando sua beleza, gritando seu nome e chamando ele de LINDO(!) de sábado até segunda-feira. Mas só no último dia de carnaval aconteceu a coisa mais maravilhosa que poderia acontecer (berro)!

Já saímos de casa com duas folhas em branco de um diário antigo meu com folhas decoradas e uma caneta (por acaso do mesmo diário que estou usando agora!). Eu e a Ju ficamos com vergonha de pedir o autógrafo e pedimos para uma vizinha nossa pedir. Na hora que ela ia subir para o palco ele pediu para que voltássemos na hora do intervalo do show. Mas nossa vizinha teve que ir embora e eu e a Juliana não sabíamos o que fazer. 

Ficamos perto do palco e gritamos o nome dele e imitamos seus movimentos com o cabelo que chegava até a cintura e era lindo DEMAIS! No meio do show ele tirou o colete preto que estava usando e eu disse “Ai meu Deus” tão alto que o pessoal por perto ficou me olhando sem entender o que estava acontecendo (fiquei muito sem graça...hehe). Mais tarde, eu e a Ju conseguimos chamar a atenção dele que olhou pra gente e fez como se tocasse a guitarra só para nós!
 
Finalmente chegou o intervalo. Um monte de gente entrou do lado do palco para pegar autógrafos dos integrantes da banda, eu, a Ju e outra menina que estava lá começamos a gritar pelo nome do guitarrista.
 
Ele enfim desceu, passou por nós, deu um beijo na outra menina e foi embora (será que somos tão baixinhas que ele não viu a gente? *Revolta*). 

Nessa hora me subiu uma coisa. Uma mistura de raiva com ciúme que me fez sair correndo atrás dele (não, eu não estava com nada pesado em mãos. Estava só querendo a atenção dele, não da polícia!) e criar coragem de gritar o nome dele. Quando ele parou e olhou a Ju fez sinal com a mão para que ele se aproximasse (Ah... morri... hahahahahahaha) e o diálogo foi mais ou menos esse:
 
— Dá um autógrafo — eu pedi.
— Tem caneta? — perguntou ele.
Eu entreguei a caneta.
— Qual o seu nome? — continuou ele.
— Alice.
Ele apoiou o papel na parede de uma casa perto de nós. Ele era extremamente alto também. Não dava para perceber isso tão bem de onde estávamos.
— Um pra mim também — pediu Juliana.
— Qual seu nome? — perguntou ele.
— Juliana.
Depois de escrever os dois autógrafos, ele estava quase indo embora quando a Juliana falou:
— E o beijo?
Ele então voltou e deu um beijo no rosto dela.
— Eu também quero — pedi.
 
Ele deu um beijo no meu rosto e foi embora. Eu e a Juliana saímos correndo e fomos mostrar para o pessoal que estava na rua com a gente. Pena que tivemos que ir embora, porque começaram a pipocar brigas na rua por volta das 3 da manhã. 

Nossa... Acho que nunca vamos esquecer isso! Mas tive que escrever aqui só pra ter certeza! :) 

Perfil do “nosso” guitarrista lindo: pele muito clara, cabelos pretos compridos meio liso da raiz até a metade de onde os cachos se formavam e descendo até a sua cintura, “fortinho” (o que dava pra ver quando ele estava sem camisa), Vascaíno, canhoto (o que deixou a gente ainda mais orgulhosa por ser canhota).
 

Tudo por um sorvete

Eu não comecei a escrever sozinha. Claro que a criatividade para inventar histórias eu sempre tive, mas só quando eu conheci minha amiga Marlene é que eu me dei conta que o que eu fazia era bom. Nós não conseguimos nos lembrar como nossa amizade começou, só sabemos que foi há uns 11 (ou serão 12) anos... desde então percebemos que aquela parceria tinha tudo para dar certo.

Ainda me lembro de quando tivemos a ideia para nossa primeira história! Foi dentro da igreja (que feio... não estávamos prestando a atenção à missa...) que começamos a viajar nas primeiras linhas de histórias sobre investigação e fenômenos paranormais. Depois não paramos mais e hoje sonhamos em ver nosso trabalho publicado (mas temos que terminar de escrevê-lo primeiro 😬)

No entanto hoje não vim aqui para publicar nada meu... esse post eu dedico totalmente à Marlene, sem a qual eu ainda estaria escondendo as coisas que eu escrevo por achar que ninguém gostaria de ler. Pois ela leu, gostou e quis escrever comigo!

Recebi (por escrito) dela a autorização de publicar no Universo Invisível uma história que ela escreveu há muito tempo na escola em uma prova de redação. Achei a história muito bem contada, com muita criatividade e com um desfecho surpreendente! (Adoro esse tipo de história).

Conheçam então o talento de minha "parceira de crime"!
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Tudo por um sorvete
Autora: Marlene T. Dias  

Solange estava em seu quarto quando sua mãe lhe chamou:

— Solange! Venha aqui na cozinha que eu quero que você me faça um favor!

— Ai que droga! — reclamou a garota saindo contrariada de seu quarto, pois já sabia do que se tratava.

— Eu quero que você me faça um favor. Vá ao açougue e compre 1 quilo de carne para o jantar.

E olha, é pra comprar só carne viu?!

Solange saiu em direção ao açougue, mas no caminho viu seus amigos André, Tiago e Lúcia jogando vôlei e ficou ali jogando com eles. E assim ficaram por mais meia hora até que Solange teve uma ideia.

— Vamos tomar sorvete, que hoje eu tenho dinheiro! — ela convidou. E foram os quatro à sorveteria do “seu” Henrique.

Já era noite e só tinha sobrado Solange sentada à beira da calçada chupando o ultimo sorvete quando ela lembrou que tinha de ir ao açougue, mas como se ela havia gasto todo o dinheiro com sorvete. “Você é uma irresponsável, será que nunca posso confiar em você?” Solange sabia que essas seriam as palavras da mãe acompanhadas de uma surra de cinta.

Para pensar na desculpa que daria à mãe, Solange resolveu passar por um caminho mais longo, que passava pelo cemitério Bom Jardim. E foi na frente do cemitério que ela parou assustada, pois ali mesmo perto da entrada havia um corpo de um cadáver estendido sobre uma mesa. Ela achou estranho, afinal o que um cadáver estaria fazendo ali sem estar enterrado? Mas em vez de correr para casa, Solange correu para dentro do cemitério e num ataque de loucura com uma fúria inexplicável ela começou a cortar pedaços do corpo do cadáver com a própria pá do coveiro e coloca-los dentro de um saco que levara com ela. Quando terminou ela estava tão atarantada com o que tinha feito, que saiu correndo em direção a sua casa com a roupa toda suja de sangue, mas ao mesmo tempo sentia um alívio dentro de si, afinal fugiria da surra da mãe.

Quando Solange chegou à casa, por sorte sua mãe estava no banho e seu pai ainda não tinha chegado. Ela então foi para o seu quarto. Agora não dava mais para voltar atrás, ela trocou de roupa e colocou a carne numa sacola do açougue e foi para cozinha levá-la até a mãe.

— Que demoras são essas, dona Solange? — perguntou a mãe já com a cinta na mão.

— É que eu parei pra ajudar a dona Annunciata a guardar as comprar de depois ela me chamou para tomar um chá. E a senhora sabe que quando a dona Annunciata começa a falar não para mais.

— É; eu conheço a dona Annunciata, sei como ela gosta de uma conversa, mas cadê a carne?

— Está aqui mãe — respondeu Solange entregando sacola à mãe.

— Dá aqui logo essa carne que eu estou atrasada para o jantar e seu pai já deve estar chegando do serviço. E olha da próxima vez me avise quando vai chegar tarde, porque eu fico preocupada.

— Tá bom mãe — Solange saiu da cozinha e foi para a sala assistir à novela das 7, mas a única coisa que ela não viu foi a novela, pois o que ela tinha feito não lhe saia da cabeça. Ela então resolveu ligar para Lúcia, para ver se espaireceria. Solange falou a Lúcia que não tinha comprado a carne e tinha mentido à mãe sobre dona Annunciata, mas em nenhum momento falou sobre o cemitério. Quando desligou ela foi para a cozinha ver se conseguia jantar, mas isso foi impossível.

— Solange, você não vai jantar? — perguntou a mãe.

— Não, eu não estou com fome.

— Que carne gostosa Alice, você comprou no açougue do “seu” Guilherme? — perguntou o pai de Solange que estava sentado à mesa junto com a esposa.

— Não sei, foi sua filha que comprou — respondeu Alice.

— Foi pai, foi no açougue do “seu” Guilherme. Agora eu vou dormir.

Solange foi para o seu quarto dormir, mas não conseguiu. Ela só ficava pensando no que tinha acontecido. Com a cabeça fria ela não conseguia entender como fizera aquilo, ela só pensava em voltar no tempo, voltar para o seu quarto, para aquela tarde gostosa que estava fazendo mais cedo.

Por volta das 22h00min, estava chovendo, os pais de Solange já tinham ido dormir e ela continuava rolando na cama, pensando naquele corpo despedaçado naquela mesa quando ouviu um barulho na porta da sala e ficou arrepiada. Depois ela ouviu barulhos dentro da sala e ficou ainda mais arrepiada. Depois ela ouviu barulhos pelo corredor, agora ela já tinha certeza que era o cadáver que viera buscá-la. O barulho ou o cadáver estava agora na frente da porta do seu quarto empurrando a maçaneta quando Solange deu um pulo pra cima da cabeceira da cama e deu um grito:

— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

— Calma Solange, somos nós Lúcia, André e Tiago. Viemos te trazer o dinheiro que você gastou com o sorvete, afinal foi nossa culpa — disse Lúcia.

— Mas, são vocês?

— Lógico Solange! Quem você pensou que era?

— Ninguém André, ninguém. Mas me digam como vocês entraram?

— Ora, você esqueceu que eu tenho a chave da sua casa.

Sim, Solange tinha esquecido que tinha dado uma chave à Lúcia. Mas depois do medo passado todos foram para a cozinha tomar um café. Mas uma coisa não tinha sido resolvida, o crime que Solange cometeu no cemitério.

Na manhã seguinte, Solange acordou cedo, antes de seus pais, depois de uma noite mal dormida e foi pegar o jornal na porta. Quando ela abriu o jornal sentiu todo o sangue do seu corpo lhe subir à cabeça porque a manchete do jornal era: “Cadáver é encontrado despedaçado em cemitério”, mas na mesma hora que levou o susto veio o alívio com o restante da matéria, que era assim:

Foi encontrado ontem à noite no cemitério Bom Jardim 100 quilos de carne bovina, que estava moldada na forma de uma pessoa, todo despedaçado pelo chão faltando pedaços. Essa carne seria usada em um churrasco que seria feito ali mesmo numa festa “clubber”. Foi uma maneira muito engraçada moldar a carne de boi na forma humana, mas também muita inocência deixarem a carne ali sozinha sem que ninguém a viesse pegar.” Jornal Bom Jardim.

Depois de terminar de ler Solange sorriu aliviada e prometeu a si mesma nunca mais mentir, sempre obedecer à mãe, parar de ver filmes de terror e principalmente virar vegetariana.

“Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a realidade terá sido mera coincidência.”

Então? O que vocês acharam? Tem futuro ou não? XD
Claro que essa é uma das primeiras histórias que ela escreveu, mas a criatividade já estava latente e eu garanto que com o passar dos anos, assim como a técnica, ela só aumentou!

Não deixem de comentar! Agora além de mim tem outra pessoa querendo saber a opinião de vocês!