Praga (Parte 3)

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Praga

(Parte 03 de 07)

Jared, que usava uma camisa branca de malha e um bermudão cinza, tentava inutilmente se ajeitar na pequena cama. Além de muito pequena, eles descobriram que suas molas enferrujadas também rangiam. Assim, cada vez que ele se virava era uma sinfonia de molas gemendo.

— Jared, — Anna o chamou afastando o lençol que eles tinham ajeitado entre as camas para dividir o quarto. — Jared! — ela falou mais alto. — Por tudo que é mais sagrado... Não dá pra dormir com o barulho dessa caminha de molas!

Jared parou e olhou para Anna na penumbra. Ela usava uma camisola rosa de com um personagem de desenho animado estampado na frente e mangas curtas com um shortinho por baixo.

— Sobe pra cá. Podemos dividir a cama de casal. Mas traga seu travesseiro e cobertor. Não vamos dividir isso.Jared pulou na cama e a abraçou beijando várias vezes suas bochechas.

— Para menino! Sossega! Senão eu mudo de ideia — ela sorriu.

— Obrigado. Tava difícil caber naquela caminha — Jared admitiu.

Ele continuou com o braço direito por trás do pescoço dela e ela entrelaçou os dedos de sua mão direita com a mão esquerda dele.

— Você faz eu me lembrar do meu irmão. Nós éramos assim um com o outro.

Jared sorriu — você não me disse que tinha um irmão.

— Tinha dois. George e Frederico, mas agora só tenho um. Ainda dói lembrar tudo. Minha vida mudou muito depois do acidente.

Jared puxou Anna mais para perto dele e a aconchegou junto de seu ombro com seu queixo carinhosamente sobre a cabeça dela.

— George era o mais velho de nós três. Era formado em medicina. Trabalhava com meu pai. Ele estava fazendo um curso de especialização em uma cidade perto de onde a gente morava. Um dia, durante uma viagem da faculdade para casa, um motorista bêbado bateu no carro dele. Ele dirigia um carro pequeno e o assassino irresponsável estava em uma caminhonete. Meu irmão morreu no local.

— Sinto muito — ele disse enquanto acariciava o rosto dela.

Anna apenas agradeceu com um aceno de cabeça enquanto algumas lágrimas rolavam pelo seu rosto.

— E seu outro irmão?

— O Fred é mais novo que eu. Está estudando arquitetura em uma faculdade lá no Brasil.

— Desculpa se eu estiver sendo intrometido, mas quando você começou a estudar medicina?

— Antes de George morrer — Anna respondeu — ele era meu herói. Queria seguir os passos dele. Ia me especializar em neurocirurgia. Mas acabei não conseguindo acompanhar as disciplinas do curso. Acho que não escolhi baseado no que eu gostava, mas sim porque meu irmão tinha se formado em medicina. Depois da morte dele eu quis abandonar, mas meus pais não acreditaram que eu estava fazendo isso porque eu não estava feliz com o curso. Acabei tendo que concluir mesmo sem me identificar com a profissão e desde então venho evitando trabalhar como médica. Quando meu pai começou a me pressionar pra trabalhar com ele, pedi pra vir pra Nova Iorque fazer uma especialização. E o resto da história você já sabe — ela olhou para o amigo e deu um sorriso tímido. — Nossa... Eu falo demais. Desculpe-me.

— Eu gosto de ouvir você falar — Jared beijou-a delicadamente na testa.

Eles ficaram abraçados em silêncio acabaram dormindo abraçados do jeito que estavam.

(...)
— Pronto — disse Daniel desligando o carro em frente ao alojamento feminino.

— Obrigada.

— Não te dá medo? — ele perguntou.

— Um pouco, mas quando não se tem para onde ir.

— Essa história me dá arrepios. Já pensou que pode ser uma pessoa por trás disso tudo?

— Os veteranos?

— Não. Estou pensando em alguém com um dom.

Lucy Anne ficou um tempo em silêncio pensando — não sei de ninguém que possa ter esse tipo dom — disse ela por fim.

— Será que a gente pode se ver de novo? — perguntou o garoto percebendo que não conseguiria mais informações dela naquele momento.

— Claro. Amanhã de noite eu não trabalho. Podemos ir num pub perto do hotel onde vocês estão — ela sorriu. — Se seu irmão e a amiga dele quiserem ir também...

Daniel olhou para Lucy Anne que deu um sorriso acanhado. Ele tirou delicadamente uma mecha de cabelo que estava sobre seus olhos dela e os dois começaram a aproximar seus rostos, gesto que certamente terminaria em um beijo, mas não foi o que aconteceu. Lucy sentiu uma coceira insuportável por traz da orelha e não resistiu à tentação de se coçar. O clima romântico desvaneceu.

— O que foi?

— Alguma coisa me picou — ela esfregou atrás da orelha. — Acho que estou precisando de um banho — ela riu.

Daniel também riu.

— Amanhã à noite, às 8 horas está bom? — ela perguntou saindo do carro. — Sábado eu só trabalho até às quatro.

— Está ótimo! — ele respondeu.

Eles se despediram e o motor da SUV roncou para fora da universidade.

O pequeno trecho percorrido por Daniel não foi sossegado como ele pensou que seria. Uma coceira insuportável em sua nuca o atrapalhou bastante a dirigir.

— Que droga — ele reclamou depois de fechar o carro no estacionamento do hotel e ativar o alarme.

Ele tinha uma cópia da chave do quarto onde eles estavam. O rapaz entrou fazendo o mínimo de barulho possível para não acordar Anna e Jared, tomou banho e foi dormir.

Quando amanheceu, a coceira da noite anterior ainda não havia parado. Ao contrário, estava bem pior. Ele decidiu que talvez lavar a cabeça desse um jeito naquilo e foi para o banheiro.

Jared acordou logo depois e, sem saber que o irmão estava no banheiro, tentou entrar, mas encontrou a porta trancada. Ele então resolveu esperar sentado na beirada da cama de Daniel que ficava de frente para a porta do banheiro.

— Chegou tarde ontem? — Jared perguntou quando o irmão saiu do banheiro.

— Não muito — ele respondeu coçando a cabeça.

— O que foi?

— Sei lá Jay, desde que eu fui à faculdade que minha cabeça não para de coçar... — Daniel coçava a cabeça ainda mais.

Jared se aproximou do irmão e olhou a cabeça dele. Depois se aproximou do travesseiro dele sobre a cama.

— Você está com piolho! — ele disse espantado.

— O que?! — Daniel perguntou assustado.

— O que está acontecendo? — Anna perguntou assustada aparecendo perto dos irmãos.

— O Daniel tá com piolho.

— Onde você pegou esse troço? — Anna perguntou.

— Sei lá, já voltei do campus assim — ele coçava a cabeça mais ainda.

— Para de coçar que você vai se machucar — Anna aconselhou.

— Não dá! — Daniel estava ficando desesperado.

— Tem alguma farmácia aqui por perto? — ela perguntou.

— Saindo daqui do hotel e seguindo para a direita por dois quarteirões. Mas por quê?

Anna foi até sua mochila e pegou papel e caneta.

— Veja se consegue comprar esse remédio pro seu irmão — ela entregou um papel com o nome do medicamento escrito.

Jared pegou uma calça jeans e uma camisa de malha azul com um pequeno jacaré do lado esquerdo do peito e um par de All Stars brancos. Depois de trocar de roupa e pegar a carteira ele saiu.

— O que é o remédio que ele vai trazer? — Daniel perguntou.

— É um tipo de xampu que vai resolver o seu problema. Já a sua roupa de cama eu sugiro que você peça uma limpa para o gerente.

— Vou fazer isso — Daniel concordou. — Obrigado.

— De nada — Anna sorriu. — Você vai usar o banheiro agora?

— Não. Você pode usar — Daniel respondeu sorrindo.

Anna pegou novamente sua calça jeans e os All Star pretos de cano médio e uma blusa branca de malha com mangas curtas e uma foto estilizada dos prédios em volta do Central Park estampada.

Quando Jared voltou, a camareira estava terminando de levar os lençóis sujos da cama de solteiro.

— Trouxe o remédio — ele disse entregando uma sacola para o irmão. — Foi um sacrifício conseguir. Parece que está tendo um surto de piolhos na região.

Anna olhou espantada para Jared.

— Está uma loucura na farmácia — ele continuou. — E depois que saí de lá resolvi passar em uma casa de produtos agropecuários e comprar um produto pra limpar o carro — ele levantou a outra sacola que ele levava.

Daniel começou a rir. Anna o acompanhou.

— Melhor prevenir. Eu estou suspeitando que a sua ida à faculdade tenha algo a ver com isso.

— Pior que eu acho que você tem razão Jared. Eu me lembro de ter começado a sentir a coceira por lá. E lembro—me da Lucy ter sentido a mesma coisa — Daniel coçou a cabeça.

— Vai lavar essa cabeça antes que fique pior, Dan — Jared sugeriu.

— Boa ideia — Daniel foi para o banheiro levando o remédio com ele.

Anna e Jared foram para o estacionamento. Ele abriu as portas do SUV e espirrou o spray que havia comprado nos encostos de cabeça dos bancos da frente. Ele teria jogado só ali, mas acabou mudando de ideia e resolveu pulverizar todo o carro.

— Não é estranho, Jay? Um surto como esse tão repentino e nós nem fomos atingidos.

— Eu estou feliz por não termos sido atingidos, mas confesso que também achei estranho.

Daniel saiu do quarto aparentemente bem melhor.

— Eu tenho que ir pra aula — ele disse.

— Melhorou a coceira?

— Bastante Anna. Obrigada pela indicação do remédio!

— De nada. Mas talvez você tenha que usar novamente.

— Recomendação anotada — ele sorriu. — Agora preciso ir.

— Bom, se você já está sem piolhos pode ir de carona — Jared sugeriu.

— Seria perfeito. Já estou um pouco atrasado.

Anna também seguiu com os irmãos para o campus. Jared parou o carro perto do maior prédio e deixou Daniel descer.

— Se quiser carona de volta é só me ligar.

— Pode deixar Jay — Daniel fechou a porta do carro e se afastou.

Jared foi em direção à saída do campus, mas antes de chegar à saída deu meia volta.

— Onde você está indo?

— Estive pensando, Anna. No que você falou agora a pouco. Porque nós não pegamos piolho como o Dan e outras pessoas da cidade? Acho que sei a resposta. Está relacionado à faculdade porque pelo que parece só quem estava aqui pegou isso. E acho que a tal Lucy está por trás disso.

— Jay, vai com calma. Não temos provas contra ela.

— Mas e o detector de espectros?

— Jared, seja razoável. Sangue, sapos e piolhos não parecem ter nada a ver com algo sobrenatural. Está mais para uma brincadeira sem graça de alguém, talvez um grupo, dado as proporções da “brincadeira” — Anna gesticulou as aspas com os dedos.

Ele parou o carro em uma viela pouco movimentada atrás dos dormitórios — é por isso que estamos aqui. Vamos investigar.

— E como pretende fazer isso?

— Vamos entrar no quarto dela.

Jared saiu andando em direção aos dormitórios. Anna ficou parada perto do carro.

— Vamos nos meter em confusão, isso sim — por fim ela resolveu segui—lo.

Os dois se aproximaram das janelas. Eram muitas. Mesmo que fosse só a ala feminina ainda assim teriam muitos quartos para revistar na tentativa de encontrar o quarto de Lucy.

— Legal, e agora?

— Vamos perguntar pra alguém qual é o quarto da Lucy.

— E se a pessoa te perguntar por que você quer saber?

Jared começou a balbuciar, mas não disse nenhuma palavra que fizesse sentido.

— Deixa que eu descubro.

Anna seguiu para a entrada do alojamento enquanto Jared ficou perto das janelas.

— Oi — disse Anna para uma garota que estava saindo do prédio. — Você sabe onde fica o quarto da Lucy Anne? Ela trabalha na lanchonete perto do hotel...

— Sei quem é. Segundo andar, última porta a direita. De frente para o banheiro.

— Obrigado — respondeu Anna entrando no prédio.

— Mas eu acho que agora ela está na aula.

— Tudo bem, é só um recado que eu preciso deixar pra ela. Jogo por debaixo da porta.

— É mais fácil deixar na biblioteca. Ela é estagiária lá — a garota começou a se afastar.

Anna sorriu em agradecimento pela informação, entrou no prédio e sem muita dificuldade encontrou o quarto de Lucy Anne. Da pequena bolsa que carregava, ela tirou um cartão fidelidade de uma loja de departamentos, que ela nunca havia utilizado, e o inseriu ao lado da maçaneta. Depois de alguns movimentos a porta se abriu. Ela entrou e depois de passar, trancou—a novamente e abriu a janela.

— Jared — ela chamou baixinho. Tem como você subir até aqui?

Ele olhou em volta e uma árvore perto da janela parecia ser a única alternativa. Jared então subiu.

— Você podia ter vindo pela porta. O prédio está vazio.

— Muito arriscado que alguém me visse — ele explicou.

— Com certeza. Ainda não sei por que concordei com você em entrar aqui.

— Por falar em entrar, como você fez?

Anna exibiu o cartão agora um pouco arranhado.

— E onde você aprendeu isso?

— Internet, claro! — ela respondeu guardando o carão. — Mas tivemos sorte pelo tipo da maçaneta ser simples. A maioria tem proteção contra esse método.

Jared ainda parecia um tanto impressionado com a habilidade da amiga. Abrir maçanetas assim era coisa que ele só havia visto em filmes.

— Então vamos. Temos que encontrar alguma coisa que prove que a Lucy tem a ver com o que está acontecendo.

— Ou talvez ela não tenha nada a ver e não encontremos nada — Anna argumentou.

Os dois começaram a olhar as gavetas de uma pequena cômoda, as repartições do guarda—roupa e todo lugar que poderia ser investigado.

— Jared — Anna tinha nas mãos uma pequena caixa de papelão.

— O que é isso?

— Só tem um jeito de descobrir — ela abriu a caixa.

Havia somente 3 fotos e alguns bilhetes lá dentro. Todas as fotos eram de Lucy Anne ao lado de um rapaz muito forte e alto. Em uma delas ele usava um uniforme de jogador de futebol americano. Os bilhetes eram todos de declaração de amor, mas datavam de vários meses atrás. Os dois estavam absortos com o material nas mãos quando ouviram um burburinho perto do quarto. Jared se levantou e aproximou o ouvido da porta.

— Anna, temos que ir — ele disse assustado. — Tem um grupo de meninas vindo pra cá.

Ela fechou a caixa, deixando—a como havia encontrado.

— Vamos pela janela. Eu te ajudo a...

Antes que Jared terminasse a frase, Anna já estava se segurando nos galhos da árvore e começava a descida. Ele então desceu atrás dela.

— Essa foi quase — Jared limpou os pedacinhos de casca de árvore. Anna fazia o mesmo em sua roupa.

— Vamos voltar para o hotel?

— Estava pensando diferente, Jay. E se aproveitássemos que já estamos aqui e fôssemos até a biblioteca? Talvez eles tenham algum jornal antigo da cidade ou coisa assim.

Jared concordou com a ideia. Os dois entraram no carro e seguiram para a biblioteca. Não estavam muito longe de lá. Foi o que eles descobriram depois de contornar o prédio dos dormitórios.

Por pouco eles não encontraram com Lucy Anne, que havia decidido passar por seu quarto antes de ir para a biblioteca assumir seu posto de estagiária. Ela subiu até o segundo andar do dormitório feminino e entrou em seu quarto. Trocou de roupa e guardou os livros que havia usado nas aulas. Já estava quase saindo quando a pequena caixa de papelão chamou a atenção dela sobre a cômoda.

— Porque eu ainda guardo essa coisa? — ela perguntou em voz alta abrindo a caixa e olhando as fotos e os bilhetes. Ela pegou um por um e rasgou em pequenos pedacinhos, inclusive as fotos. Depois saiu do quarto fechando a porta e jogou os pequenos papeis e a caixa na lixeira do corredor.

(...)
Anna e Jared demoraram a encontrar uma vaga no estacionamento do campus. Aparentemente a maioria dos alunos que tinha carro estavam ali no momento. Eles seguiram andando e entraram na biblioteca fechando a porta atrás deles.

— Oi Lucy! — cumprimentou Anna.

— Oi! — ela respondeu de volta.

— Oi! — Jared fez um aceno com a mão.

— O que traz vocês aqui? — ela perguntou entrando atrás do balcão da recepção da biblioteca — Lucy usava um par de tênis, uma calça jeans e uma baby-look preta com o nome da universidade. Ela também tinha um lenço amarrado na cabeça. Provavelmente não havia escapado da praga dos piolhos.

— Lucy Anne — chamou um aluno que estava parado em frente ao balcão.

Ela se virou para dar atenção a ele — em que posso te ajudar?

— Quero devolver esses livros — ele disse colocando 3 livros em cima do balcão.

— Claro — ela recebeu e registrou os livros devolvidos. — Então, — ela voltou a dar atenção a Anna e Jared. — Precisam de alguma coisa aqui da biblioteca?

— Estávamos pensando em olhar alguns jornais antigos da cidade para ver se encontramos anomalias semelhantes — Jared explicou.

— Claro. Venham comigo — Lucy chamou.

Lucy Anne colocou uma plaquinha com os dizeres: “volto logo” sobre o balcão, pegou a chave da sala onde ficavam os arquivos e seguiu para os fundos da biblioteca. Jared a seguiu, mas Anna demorou um pouco olhando a capa de um dos livros que o aluno havia terminado de devolver.

— Você não vem? — chamou Jared.

— Estou indo — Anna parou de olhar o livro e seguiu o amigo.

Ela não conseguia parar de pensar na imagem. A capa do livro estampava um homem segurando um cajado enquanto guiava muitas pessoas pelo deserto. A sucessão de acontecimentos no campus tinha alguma coisa em comum com aquela figura. Ela só não estava conseguindo identificar o que.

— Aqui estão os jornais. Podem olhar à vontade. Eu preciso ficar lá no balcão — Lucy Anne explicou.

Os dois agradeceram com um aceno de cabeça antes de se sentarem de frente um para o outro junto a grande mesa que havia ali e começarem a folhear os jornais.

Foram alguns minutos sem resultado. Os olhos de Anna já começavam a lacrimejar devido à poeira que subia dos periódicos antigos quando ela achou algo que parecia promissor e fechou a ligação entre a capa do livro e o que estava acontecendo em Ancient Meadows.

— Jay! Acho que encontrei! — ela se levantou e levou o jornal até perto dele. — “Dos ancestrais para Ancient Meadows” — ela leu. — “Não há mais dúvidas. A maldição que tem assolado nossa cidade é do tempo dos faraós. O que será que desagradou a Deus para estarmos sendo castigados? Difícil descobrir. Como nos livraremos dessas pragas. Gostaríamos de saber.” As pragas do Egito!

— Você acha?

— Claro! — Anna confirmou. — Água virando sangue, sapos espalhados pelo campus, piolhos...

— Mas... Por quê?

— De que ano é esse jornal? — ela quis saber.

Jared voltou para a primeira página do jornal — 1943.

Anna folheou vários jornais do mesmo ano e foi separando o que achava relevante — talvez isso explique.

— Vamos tirar uma cópia de tudo isso. Quero mostrar pro Daniel.

Anna sorriu para ele em sinal acordo. Com as devidas as cópias em mãos eles colocaram tudo no lugar e seguiram em direção à saída da biblioteca.

— Encontraram alguma coisa? — Lucy perguntou quando viu os amigos se aproximando.

— Sim!

— Não!

Anna e Jared responderam ao mesmo tempo deixando Lucy confusa.

— Não temos certeza se achamos, mas é estranho e tem muito a ver com o que está acontecendo agora. Mas não queremos falar sobre isso aqui. É estranho demais.

— Acha que podemos conversar hoje à noite? Combinei com seu irmão em um pub perto do hotel às oito.

— Ele não falou nada com a gente. Mas pode ser — Jared confirmou.

— A gente se vê mais tarde então — Anna sorriu se despedindo.

Jared se despediu com um aceno.

Eles caminharam em silêncio até perto do carro. Jared só voltou a falar quando já estava abrindo a porta e entrando na SUV.

— Sei que não temos nada contra ela, mas o Daniel está sendo o oposto de cuidadoso — ele disse sentando atrás do volante e batendo a porta.

— E se ele estiver querendo mantê-la por perto para descobrir um jeito de parar isso tudo?

— Eu sei por que ele está querendo mantê-la por perto — Jared reclamou enquanto ligava o carro.

— Jay, o Daniel é maior de idade... — Anna fechou a porta do lado do passageiro depois de se acomodar.

— E muito imprudente pro meu gosto. Ele devia pensar melhor antes de agir.

— É só paixão Jared. Se é que é isso.

— Não Anna. Não é só isso. Logo ele vai agir assim em todas as decisões da vida e logo vai enfrentar amargas consequências.

Jared estava ficando nervoso e Anna não queria deixá-lo assim enquanto dirigira. Ela decidiu não tocar mais no assunto.
 

6 comentários:

  1. Adorei o blog, seguindo, claro!
    Beijos
    Isa.
    http://www.verbosdiversos.com/

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    1. Obrigada!!
      Na próxima terça-feira tem mais atualizações!!

      Beijussss;

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  2. Ah! Já estou ansioso pela próxima parte hahaha.
    Um beijão.

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    Respostas
    1. Fico feliz que esteja gostando!!
      Terça-feira sai mais uma parte!! :)

      Beijusss;

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  3. Ai, ai... Onde isso vai parar? :B
    Lendo a continuação!

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