Visão limitada

A ‘Buscando Inspiração’ ocupava um andar inteiro do prédio comercial onde estava instalada. A agência era formada por fotógrafos profissionais que usavam sua criatividade em trabalhos variados capturando e vendendo imagens para sites, folhetos, convites, colunas de jornais e organizações, governamentais ou não. Era a realização do sonho de uma fotografa entusiasta e escritora que quis reunir os profissionais e proporcionar o contado deles com os clientes, mas garantindo por conta da empresa o salário fixo e comissão por projeto.

Com paredes de vidro, o salão retangular era bem iluminado e os fotógrafos tinham à disposição várias estações de trabalho com divisória, de forma que cada funcionário possuía o próprio computador onde podiam trabalhar as imagens fotografadas. O silêncio era garantido tanto pela altura, a sala ficava no 7º andar do prédio, quanto pelo chão forrado com um carpete bege. Aquela paz, no entanto, estava prestes a ser perturbada.

— Quem realmente quer corre atrás e dá um jeito! Essa é a minha opinião!

[Top 10] Hábitos na hora de escrever - Parte 2

Depois de listar 10 hábitos meus na hora de escrever, mais um item bônus (ler postagem), resolvi criar uma segunda listinha com algumas das coisas que eu faço. Conforme disse da outra vez, essas são coisas que funcionam para mim, se funcionarem para você também, use à vontade, se não, segue com a sua escrita do jeito que é melhor para você. A lista da parte 1 está disponível também no meu Instagram de forma resumida.

Agora, vamos ao que interessa!

A Revolução das Máquinas

As duas amigas encontraram um lugar na arquibancada da arena e se acomodaram uma ao lado da outra. Na parte central da construção oval, em uma área coberta por areia, dois androides lutavam até a morte, ou como diziam as regras do combate, até um deles não ser mais capaz se sustentar as próprias estruturas.

— Isso é bárbaro demais, precisa acabar! — declarou Elisa passando os objetos que tirava da bolsa para a amiga ao seu lado.

— Mas eles aceitaram lutar, — retrucou Astoria.

— Não exatamente, né? Foram programados para isso. Não acho que escolheriam essa vida por livre e espontânea vontade tendo a habilidade de sentir dor.

Confidências

Cada um tem sua preferência quando o assunto é aproveitar o final de semana. Uns gostam de sair, outros de ficar em casa, mas é quase uma unanimidade a opção de ficar bem longe do trabalho. No entanto, Beatrice e Miguel fazem parte de uma minoria. Fotógrafos da agência Buscando Inspiração, os dois aproveitavam o tempo livre para mais fotografias. O diferencial estava no fato de poderem escolher onde e quais imagens capturar, e o que o casal mais amava era colecionar registros de construções em ruínas.

— Como você conseguiu autorização para entrar e fotografar a escola? — perguntou Beatrice acomodada no banco do carona do carro.

— Usei meu charme — respondeu Miguel piscando o olho direito para a amiga.

— Você pagou, né? — retrucou a mulher enquanto apertava os botões no painel do rádio do carro em busca de uma música que agradasse aos dois.

[Devaneios Noturnos] #3 - Não faz sentido

Sonhos... Pesadelos... desde sempre cheios de mistérios, interpretações...

Recentemente passei a prestar atenção em como eu reajo a cada situação, ao invés de analisar apenas os elementos presentes no sonho. Tem me ajudado muito mais a compreender meus sentimentos, e minha relação com as pessoas, do que quando eu procurava no Google o significado de cada evento estranho que acontecia. Muitos dos meus pesadelos me mostram medos e tristezas que eu passei a vida ignorando, e entender cada um tem sido ótimo e me ajudado a lidar com minha ansiedade.

A historia de Beija-flor e Albatroz

A primeira coisa que deixou de existir foram seus nomes...

Aquele homem grande todo encolhido sobre a cama fez o coração da mulher bater fora do ritmo normal. Ela também se sentia desorientada por ter acordado sem saber quem era e onde estava, mas tentava manter a calma.

Uma enfermeira havia explicado com muita paciência que esse era exatamente o resultado esperado depois de um mês de tratamento. Eles esqueceriam sua identidade, mas não coisas como andar, falar e o básico aprendido na escola, pois isso seria inconveniente para o objetivo final.

Incomodada por ninguém aparecer para confortar o homem, ela decidiu fazer isso. Sentiu frio quando seus pés descalços tocaram o chão, mas não recuou da decisão. Andando devagar e levando consigo o que parecia ser soro preso em uma haste conectado ao seu braço, ela atravessou o quarto.

Viagem molecular

Sempre amei aquela ansiedade antes de viajar, por mais que gere um nervosismo e um fio na barriga com medo de algo sair errado, o resumo geralmente são lembranças positivas.

Entretanto, não é só preparar tudo, arrumar as malas e partir. Meu copo precisa se organizar, como se cada célula necessitasse de um tempo para se deslocar de onde eu estava para me encontrar em meu destino.

O processo é extremamente cansativo, lento e eu não consigo evitar ficar extremamente instável e com o humor imprevisível e sei o quanto isso é ruim.

Eu também não gosto.