Praga (Parte 1)

Atualização (01/06/2022): Mais uma história que começou como fanfic (da série Sobrenatural) e eu resolvi transformar em autoral para poder publicar aqui no blog. Agora, Praga (ainda não tenho certeza se vou manter esse nome), vai passar por mais uma modificação.

Os personagens presentes nela estão também no conto: Escuridão, e fazem parte do meu projeto de ambientar várias das minhas histórias no Brasil (para isso nomes de pessoas e lugares irão mudar, assim como a descrição de ambientes e eventos).

Escuridão já completa e disponível de graça está no Wattpad (comece a ler) e, assim que eu revisar essa história, pretendo publicar por lá também e quem sabe em outras plataformas. Já passou da hora das minhas histórias autorais ganharem o mundo!

No entanto, para conseguir analisar a evolução da minha escrita, decidi manter as versões originais aqui no blog enquanto publicarei as revisadas em outras plataformas.

Espero que vocês não tenham deixado de gostar das minhas histórias, pois eu ainda gosto muito de escrever. O que aconteceu, foi que eu fiquei um bom tempo sem passar nada pro papel, de forma que o blog pareceu um pouco abandonado. Mas eu não parei de ter ideias e vou me policiar para não parar de escrevê-las. Peço desculpas por ter deixado vocês sem novidades por tanto tempo. Farei o meu melhor para evitar que isso aconteça com muita frequência.

Boa leitura!

Praga

(Parte 01 de 07)

Ancient Meadows, Pennsylvania

Dias antes

— Melanie, me empresta o seu xampu? — pediu Sofia. O corpo esguio e os cabelos longos e loiros dela faziam inveja em muitas garotas.

— Claro — respondeu Melanie, sua amiga. Uma garota também magra, morena de cabelos negros encaracolados.

— Amanhã preciso comprar outro.

Sofia pegou sua toalha e sua camisola, saiu do quarto que dividia com Melanie e seguiu para o final do corredor onde ficava o banheiro do alojamento feminino da Ancient Meadows University. Não havia ninguém lá, pois já passara das 10 da noite. Ela acendeu as luzes, tirou a roupa pendurando em um dos ganchos fixos na parede e foi para um dos boxes individuais onde colocou a toalha sobre a porta. Depois colocou o sabonete e o xampu em locais próprios dentro do box e abriu a torneira de água quente. Aos poucos foi abrindo também a torneira de água fria e temperando a água. Quando sentiu que já estava agradável entrou embaixo do chuveiro e fechou os olhos.

Sofia pegou o xampu e colocou um pouco na palma da mão. A coloração avermelhada do xampu chamou sua atenção, mas ela não deu importância e o espalhou pelo cabelo. Acidentalmente entrou um pouco em seus olhos e a garota começou a jogar água neles e a esfregá-los. Ela olhou para o chão, mas não enxergava seus pés, pois seus olhos formavam uma imagem muito embaçada. Aos poucos sua visão foi ficando mais nítida e ela percebeu algo estranho na água. Não era o xampu da amiga que era vermelho, e nem tão pouco era em água que ela tomava banho. A universitária estava coberta de sangue, pois era isso que saia pelo chuveiro. Ela se desesperou. Pegou sua toalha, enrolou em volta do corpo e saiu correndo e gritando pelo corredor do alojamento feminino. Logo várias portas se abriram e o pânico tomou conta do lugar à medida que as garotas descobriam o que estava acontecendo.

Dias atuais

Era uma manhã chuvosa quando Anna chegou ao Art’s Café em Nova Iorque para mais um dia de trabalho. Há aproximadamente 1 ano ela havia começado a trabalhar ali e ela e Jared, filho de Arthur, dono do café, se tornaram bons amigos rapidamente. O emprego evitou que ela precisasse deixar o país contra a sua vontade por falta de dinheiro.

Jared e Arthur já haviam chegado e conversavam perto do balcão. Os dois eram bem parecidos, altos, fortes, mas com poucos músculos aparentes, entretanto era evidente a diferença de idade entre os eles pelos cabelos brancos que cresciam entre as mechas castanhas de Arthur. Seus olhos verdes, no entanto, eram idênticos. Anna foi para a cozinha e depois de guardar sua bolsa, prendeu os longos cabelos castanhos e colocou o avental para começar a arrumar as louças.

Enquanto tirava as xícaras e pires do armário, ela não podia deixar de ouvir pai e filho conversando. Eles pareciam bem preocupados. Anna tentou se concentrar no que estava fazendo para não ouvir a conversa, mas não precisou fazer isso por muito tempo. Eles logo terminaram e Arthur foi embora após se despedir.

— Desculpa me intrometer, mas está tudo bem Jay? — ela se aproximou dele ao lado do caixa. Apesar de alta, Anna precisaria de mais uns 15 centímetros para ficar do tamanho dele.

— Você não intromete. Já é da família — ele deu um sorriso.

Ela sorriu em resposta.

— É meu irmão mais novo, Daniel. Está querendo largar a faculdade.

O sino que havia em cima da porta badalou. O primeiro cliente do dia havia chegado e Anna foi até ele ver o que queria. O homem, provavelmente um executivo, queria apenas um expresso e um lugar para conferir as notícias da manhã em seu tablet. Depois de servi—lo, Anna voltou a conversar com Jared.

— Porque seu irmão quer abandonar os estudos? Não está se dando bem com o curso que está fazendo?

— Não. Nem é isso. Ele gosta. Mas é que tem umas coisas estranhas acontecendo lá na universidade.

— Que tipo de coisas?

Jared coçou a cabeça — do tipo que a gente não acreditaria se já não tivesse tido nossas próprias experiências sobrenaturais.

— Diz como aquele hotel fantasma no qual fomos parar ano passado?

— Isso.

Anna indicou com um aceno de cabeça que o homem havia terminado o café e estava atrás da máquina do caixa esperando para pagar.

Enquanto ele recebia o pagamento, Anna recolheu a xícara suja e levou para lavar.

— Presumo que seu pai não acreditou na estória do Daniel.

— Nem uma vírgula. Mas ele tem ligado constantemente para a gente. Parece assustado de verdade.

— O que vocês vão fazer?

— Não sei. Eu não queria que ele largasse os estudos.

— Seria uma pena mesmo.

Um grupo de garotas entrou no café. Depois mais alguns executivos e dois policiais. O movimento do dia estava começando.

(...)
Foi um dia normal como os outros e ao final do expediente, como de costume, Jared deu carona para Anna.

— Você não terminou de me contar o que está acontecendo na universidade de seu irmão — ela comentou quando param em frente ao prédio.

Jared desligou o carro, pegou um jornal no porta-luvas e acendeu a lâmpada que havia sobre os dois.

— Isso circulou na universidade por alguns dias e Dan mandou pra gente — Jared abriu o jornal na segunda página. — Aconteceu uma coisa estranha no banheiro das meninas há alguns dias e parece que alguns alunos resolveram publicar sobre isso associando a fenômenos paranormais. Isso desagradou o reitor e ele ordenou que o assunto fosse retirado imediatamente do site dos grêmios estudantis e recolheu todos os jornais que haviam sido impressos.

— Claro que essa tentativa de esconder o fato funcionou ao contrário.

— Com certeza... Muitos alunos estão achando que o reitor está apenas querendo esconder a verdade e o Daniel não é o único que está pensando em sair de lá.

— E os fenômenos? — Anna perguntou. — O que exatamente aconteceu?

— Segundo o Dan, uma noite o chuveiro de um dos banheiros do alojamento feminino começou a sair sangue ao invés de água.

— Isso tá parecendo brincadeira de veterano. Um pouco de corante e a mágica acontece.

— É, mas o que eles não conseguem explicar é porque só aconteceu em um banheiro no corredor da ala feminina.

— Um reservatório exclusivo para esse banheiro?

— Pior que não. A caixa d’água é a mesma para todo mundo.

— Estranho mesmo. Mas não aconteceu mais alguma coisa depois disso?

— Se aconteceu, meu irmão não quis falar. Papai está perdendo a paciência com esse caso. Ele não quer mais ninguém largando a faculdade na família.

Anna olhou para Jared, mas não trocaram nenhuma palavra sobre o último comentário dele.

— Preciso ir para casa. Dan vai conversar com a gente via webcam hoje mais tarde. Quero estar lá.

— Tudo bem, a gente se vê amanhã — Anna sorriu sabendo que Jared não queria entrar em detalhes sobre o assunto.

— Até amanhã — ele se despediu depois que ela saiu do carro.

Antes que ela terminasse de entrar, Jared já havia desaparecido virando a esquina.

(...)
O dia estava mais ensolarado na manhã seguinte. Mas Anna não esperava ser acordada tão cedo. No entanto, não foi o sol que a acordou. Foi Jared tocando o interfone. Ela abriu e o mandou subir. Depois destrancou a porta de seu apartamento.

— Anna — ele a chamou abrindo um pouco a porta.

— Pode entrar — ela respondeu de algum cômodo que Jared não soube dizer qual era.

Ele entrou e fechou a porta. Depois se sentou no sofá para esperá-la. Jared usava calças jeans, um par de All Stars azuis e uma camisa de gola e botões na cor branca com finas linhas cinza. Seu cabelo estava mais escuro do que de costume porque estava molhado e um pouco arrepiado.

— Oi — ela apareceu na sala alguns minutos depois — ela vinda do banheiro e com um roupão rosa sobre o pijama e chinelos de dedo nos pés.

— Oi — ele sorriu.

— Aconteceu alguma coisa?

— Eu preciso de sua ajuda — ele explicou. — Aconteceu mais alguma coisa na faculdade, mas quando cheguei em casa ontem, papai já estava brigando com Dan. Não deu para saber o que é. Mas meu irmão saiu do alojamento da universidade e se hospedou em um hotel na cidade.

— E onde eu vou poder ajudar?

— Acho que tem realmente alguma coisa acontecendo lá. Meu irmão não é covarde. Tem alguma coisa realmente errada.

Anna olhou para Jared esperando para ouvir algo fora do comum.

— Alguma coisa paranormal.

— Você acha que temos conhecimento para lidar com uma coisa como essa? Se for realmente isso?

— Não custa tentar. Papai não vai aceitar que Dan abandone a faculdade. Se pelo menos tivermos provas de que tem algo perigoso acontecendo lá, talvez isso o faça mudar de ideia.

Anna sorriu — você está assistindo televisão demais.

Jared sorriu de volta.

— Mas e nossos empregos?

— Já falei com meu pai. Ele vai ficar no caixa em meu lugar e disse que as outras garotas podem cobrir sua falta. Final de semana... Pouco movimento...

— Como você convenceu seu pai de irmos caçar—fantasmas?

— Eu não disse que faríamos isso. Disse que vamos lá convencer Daniel a ficar.

— E como eu fui escalada para fazer parte do time?

— Bem, você também já esteve em uma universidade... Concluiu o curso... Disse que você poderia ajudar ele a lidar com a situação.

Anna pensou, mas preferiu não mencionar, o fato de que Jared também esteve em uma universidade e poderia convencer o irmão sem a ajuda dela. Mas desde o dia anterior ela havia ficado intrigada com a conversa dele de que o pai não queria mais ninguém da família abandonando a faculdade. Ele sempre dissera que tinha cursado administração, mas nunca havia comentado sobre sua formatura. O assunto simplesmente não tinha sido mencionado.

— Que horas nós vamos?

— Que tal agora?

Anna olhou espantada para Jared.

— Você se importaria? É que eu não quero demorar muito.

— É muito longe daqui?

— Umas 3 horas.

Anna assentiu com um aceno de cabeça — tudo bem. Só me dá um tempo para eu colocar umas coisas em uma mochila.

— Quer ajuda? — ele perguntou.

— Não — Anna respondeu sorrindo enquanto ia para o quarto.

(...)
Ela escolheu uma blusa de mangas curtas com listras horizontais nas cores grafite e preta, calças jeans e também um par de All Stars, só que pretos. Depois de juntar algumas coisas e colocar na mochila, eles desceram e entraram no carro que estava parado em frente ao prédio. Outra mochila já estava lá, provavelmente com as coisas de Jared, mas era uma pequena bolsa de um ombro só que chamava a atenção de Anna.

— O que tem dentro dessa bolsa, Jay? — ela perguntou a ele que dirigia para fora da cidade.

— Algumas coisinhas que a gente pode precisar.

— Que coisinhas?

— Sal, um pouco de querosene, uma caixa de fósforos, uma estaca de madeira, água benta, um crucifixo e um detector de espectros.

Anna riu — você realmente está assistindo muita televisão.

Jared riu sem tirar os olhos da estrada.

— Espera! Onde você conseguiu um detector de espectros? — Anna não conseguiu acreditar naquilo e pegou a bolsa no banco de trás. Toda a lista que ele havia dito estava ali. Inclusive o último item.

Jared soltou uma das mãos do volante e ligou o detector que estava nas mãos de Anna.

— Não emite sinal nenhum — ela notou.

— Sorte nossa então — ele sorriu.

— Onde...

— Na internet. Quis me prevenir. Afinal, nunca se sabe quando algo pode aparecer.

— Ai, Jared... — Anna guardou tudo e devolveu a bolsa ao banco de trás.

- CONTINUA -

8 comentários:

  1. Hey, gostei bastante viu. Como sempre, você detalha tudo certinho, aí a leitura fica interessante porque imaginamos passo a passo da história.
    Um beijão.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada!
      Fico feliz que tenha gostado! Morro de medo de perder o jeito! :D

      Continue passando por aqui que logo tem mais partes!!
      Beijusssss;

      Excluir
  2. Bom dia,

    Gostei muito da história, meus parabéns, estou seguindo o blog e continuarei lendo...obrigado pela visita no blog...abç.


    http://devoradordeletras.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia! :)
      Obrigada! Fico muito feliz que tenha gostado!!

      Abraços;

      Excluir
  3. Respostas
    1. Muito obrigada!
      Volte mais vezes para ler as outras partes!!

      Beijusss;

      Excluir
  4. Nossa, já fiquei com medo com essa coisa de sangue no chuveiro O_O hahaha
    Vou continuar a ler o/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hehe... minhas estórias sempre começam assim... bem suaves!! ;)

      Excluir

Agradeço muito a sua visita! Deixe um comentário!

- Atenção: Ao comentar você concorda com as políticas de comentários do blog.
Saiba mais: Políticas de Comentários.

Todos os comentários são revisados antes da publicação.
Obs: Os comentários não publicados pela autora não refletem a opinião do blog.